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Vale pode vender frota de supercargueiros a chineses, diz Reuters

Mineradora planejava uma frota de 19 supernavios, mas decidiu agora que não precisa ser dona deles

Murilo Ferreira,presidente da Vale: sem planos de operar uma superfrota de cargueiros (Eduardo Monteiro/EXAME.com)

Murilo Ferreira,presidente da Vale: sem planos de operar uma superfrota de cargueiros (Eduardo Monteiro/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 18h45.

São Paulo – A Vale está negociando a venda ou arrendamento de sua frota de supercargueiros para armadores chineses. A informação é da agência de notícias Reuters. Para fechar um acordo, a mineradora quer a garantia de que os meganavios serão usados apenas para o transporte de minério entre Brasil e China.

A declaração foi dada à agência de notícias pelo diretor global de marketing da Vale, Pedro Gutemberg. Segundo o executivo, a maior produtora de minério de ferro do mundo não deseja se transformar em uma operadora de navios, nem ganhar dinheiro com isso.

O único objetivo da Vale, segundo Gutemberg, é garantir que o frete cobrado da mineradora esteja sob controle. A Vale planejava construir 19 supercargueiros para o transporte de minério para a China.

Polêmica

A construção dos supercargueiros foi decidida em durante a gestão de Roger Agnelli, e colocou a Vale em rota de colisão com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula chegou a censurar, publicamente, a decisão da Vale. Em resposta, Agnelli afirmou que os estaleiros brasileiros não tinham condições de construí-los. O embate alimentou a fritura de Agnelli, que deixou a presidência da Vale em maio deste ano, sendo substituído por Murilo Ferreira.

O projeto original previa a construção de 35 supercargueiros de 360 metros de comprimento e capacidade para transportar 400.000 toneladas. Destes, 19 embarcações foram diretamente encomendadas pela Vale a estaleiros da Coreia do Sul e da China. O restante foi encomendado por empresas de logística que se comprometeram a transportar o minério da Vale por, pelo menos, 25 anos.

O custo dos navios foi avaliado, na época, em 4 bilhões de dólares. Segundo a Reuters, uma das empresas interessadas em comprar ou arrendar os supernavios é a estatal chinesa Cosco (China Ocean Shipping Company), que já mantém uma frota de navios transportando carga entre o Brasil e seu país-natal.

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