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Vale pode ser alvo da primeira CPI do governo Bolsonaro

Expectativa é que a comissão seja instaurada ainda nesta semana; Arthur Virgílio teme que CPI desvie o foco da reforma da Previdência

Brumadinho (MG): 160 mortos já foram identificados após rompimento de barragem da Vale (Washington Alves/Reuters)

Brumadinho (MG): 160 mortos já foram identificados após rompimento de barragem da Vale (Washington Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 06h22.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 07h02.

Uma comissão parlamentar de inquérito mista (CPI) pode começar a investigar o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), de acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Até esta segunda-feira, 160 mortos já haviam sido identificados.

A ideia é que parlamentares tanto da Câmara quanto do Senado tenham assentos na CPI. “Vamos somar esforços em vez de dividi-los com uma investigação em cada Casa sobre os mesmos fatos”, disse Alcolumbre sobre as negociações em andamento com os deputados.

Segundo Alcolumbre, o requerimento de criação da CPI deve ser lido hoje no plenário do Senado. O requerimento foi entregue na quinta-feira pelos senadores do PSD Otto Alencar (BA) e Carlos Viana (MG) e tem 42 assinaturas, 15 a mais que o mínimo exigido.

Desse modo, a Vale poderá ser alvo da primeira CPI instaurada durante o governo Bolsonaro sobre o desastre que matou 165 pessoas e contabiliza 170 desaparecidos. A expectativa é que a CPI saia do papel ainda nesta semana, segundo o blog O Antagonista. A comissão deve ter 11 titulares e sete suplentes.

A escolha da data, no entanto, pode ter efeitos adversos sobre as tratativas da reforma da Previdência, que deve ser apresentada ao Congresso na próxima semana, segundo o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB). “A Vale é uma empresa enorme, importantíssima para os resultados da nossa balança comercial, mas nem por isso sua alta direção deve pairar acima da lei. Porém, temo que a CPI vire lambança, não conclua mais do que a Justiça e ainda atrapalhe a tramitação da reforma da Previdência”, afirmou a O Antagonista.

Após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, no fim de 2015, o Congresso criou duas comissões especiais para discutir mudanças no setor. Seis projetos para reforçar a fiscalização das mineradoras foram concebidos, mas nenhum deles foi aprovado.

Mais uma vez, parlamentares se mostram ágeis em dar uma resposta à sociedade. A ver se desta vez é pra valer.

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