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Vale pode sair de parceria com ThyssenKrupp, dizem fontes

A Vale está finalizando uma proposta para sair da deficitária unidade produtora de aço CSA, uma parceria com a alemã ThyssenKrupp, disseram duas fontes


	Logo da Vale: de acordo com o plano, a Vale venderia sua fatia de 26,87 por cento na Companhia Siderúrgica do Atlântico para a ThyssenKrupp por 1 dólar
 (Divulgação)

Logo da Vale: de acordo com o plano, a Vale venderia sua fatia de 26,87 por cento na Companhia Siderúrgica do Atlântico para a ThyssenKrupp por 1 dólar (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2016 às 17h51.

São Paulo - A Vale está finalizando uma proposta para sair da deficitária unidade brasileira produtora de aço CSA, uma parceria com a alemã ThyssenKrupp, disseram duas fontes à Reuters, com a maior produtora de minério de ferro do mundo visando concentrar suas atividades no negócio principal de mineração.

De acordo com o plano, a Vale venderia sua fatia de 26,87 por cento na Companhia Siderúrgica do Atlântico para a ThyssenKrupp por 1 dólar, disse uma das fontes, que pediram anonimato para falar sobre o assunto.

A mineradora concordaria ainda em assumir 10 por cento das contingências da CSA, de acordo com os termos da proposta, adicionou a mesma fonte.

A CSA que, como a Vale, tem sede no Rio de Janeiro, divulgou que tinha 2,6 bilhões de euros em obrigações totais no fim do ano fiscal de 2015. A ThyssenKrupp está ciente de que a proposta está a caminho, e as negociações com a Vale estão "em seus estágios finais", disse uma segunda fonte à Reuters. As empresas não quiseram comentar o assunto.

A intenção da Vale de sair do projeto de investimento estrangeiro mais caro da história do Brasil por uma quantia simbólica é o mais novo sinal de como a siderúrgica uma vez aclamada se tornou um problema para ambas Vale e ThyssenKrupp, a qual tentou vender a unidade deficitária sem sucesso nos últimos anos.

A CSA viu os custos de produção dispararem em meio à inflação alta, volatilidade cambial e instabilidade política que colaboraram para levar o Brasil a uma recessão profunda. As fontes dizem que os direitos exclusivos da Vale para fornecer minério de ferro e pelotas para a usina serão mantidos.

A Vale também quer o chamado período de reserva, conhecido em inglês como "tail period", o que daria à mineradora direitos sobre eventual venda de ativos por um prazo de dez anos, disse a primeira fonte.

FANFARRA

A mineradora entrou no projeto após enfrentar pressões políticas para diversificar em atividades de valor agregado, como aço ou fertilizantes. Em 2009, o partido governista, o PT, pressionou a Vale a ampliar a parcela na CSA a partir dos 10 por cento iniciais, com o projeto sofrendo atrasos e severos gastos.

A siderúrgica, construída por 10 bilhões de dólares, foi inaugurada com alarde no ano seguinte, em uma cerimônia que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e várias outras autoridades.

Desde que começou a operar em 2010, a CSA tem sido afetada por um excedente global no mercado de placas de aço que pressiona as suas margens e limita o uso da capacidade.

A saída da CSA aconteceria com a Vale lutando com o impacto da queda nos preços do minério de ferro.

O presidente-executivo da companhia, Murilo Ferreira, disse recentemente que a empresa estava considerando a venda de ativos para reduzir a dívida em 10 bilhões de dólares em um período de 18 meses.

Fatias em siderúrgicas estariam entre os ativos menos prioritários.

A CSA, que tem uma capacidade de produção total de 5 milhões de toneladas ao ano, exporta placas que podem ser processadas em outra usina da ThyssenKrupp no Alabama, nos Estados Unidos. Nos doze meses até setembro, a CSA perdeu quase 400 milhões de euros, mostraram dados da empresa. (Com reportagem adicional por Georgina Prodhan em Frankfurt)

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