O orçamento total do projeto de ferro S11D é de US$ 19,5 bilhões, o que inclui mina, usina, ferrovia e porto. A parte logística consumirá US$ 11,4 bi e já tinha obtido a licença. Outros US$ 8,1 bilhões serão aportados na mina e na usina (Agência Vale/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2013 às 18h03.
Rio - A Vale (VALE5) obteve a licença de instalação do projeto da mina e da usina de beneficiamento de Serra Sul (S11D), em Carajás, no Pará.
O aval dos órgãos ambientais era aguardado há um ano pela mineradora. O projeto, maior investimento da história da Vale, ampliará a capacidade de produção da mineradora em 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O início da operação está previsto para setembro de 2016.
O orçamento total do projeto de ferro S11D é de US$ 19,5 bilhões, o que inclui mina, usina, ferrovia e porto. A parte logística consumirá US$ 11,4 bi e já tinha obtido a licença. Outros US$ 8,1 bilhões serão aportados na mina e na usina. Do total, US$ 2 bilhões serão investidos ao longo deste ano.
A maior parte do financiamento está acertada com fontes como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Japan Bank for International Cooperation (JBIC). A Vale também poderá, se necessário, lançar bonds e contar com receitas operacionais. De acordo com a companhia, o projeto está adiantado com 95% da engenharia concluída e 60% da parte de suprimento acertada.
"O minério de Serra Sul é ainda melhor (em teor) do que o da Serra Norte", disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O teor desse minério chega a 66,5%. Hoje, a Vale é a líder mundial em produção de minério de ferro, com 310 milhões de toneladas/ano. A Rio Tinto, segunda colocada, produz 230 milhões de toneladas e subirá para 290 milhões em 2014. Com a entrada de Serra Sul em 2016, a Vale volta a ampliar a diferença ao agregar Serra Sul à sua capacidade atual.
Segundo Ferreira, a expectativa de desaceleração do crescimento da China, principal compradora de minério de ferro, não assusta. "Quem tem que se preocupar com desaceleração da China é quem tem minério de baixa qualidade e custo elevado", disse. "Somos líderes de mercado e temos que tomar decisões de longo prazo. Não dá para adivinhar como estará o mercado em 2018 ou 2023", completou.
O projeto S11D nasce com capacidade para 90 milhões de toneladas, mas tem infraestrutura que permite dobrar o volume de produção.