A empresa presidida por Murilo Ferreira não está preocupada com o impacto que teria o aperto monetário na China sobre a demanda de minério de ferro (André Valentim/EXAME)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2011 às 13h45.
Genebra - A Vale não vai alterar sua fórmula de preços para minério de ferro, afirmou o diretor de marketing global da mineradora, Pedro Gutemberg.
A maior produtora mundial de minério de ferro, no entanto, está sugerindo uma nova fórmula de preços para pelotas, disse o executivo à Reuters em uma conferência em Genebra.
Atualmente, a pelota de minério de ferro é integralmente negociada entre clientes e produtores a cada trimestre.
"Estamos tentando convencer os clientes a aceitar que temos um preço de conteúdo de minério de ferro, como fazemos com multas, e depois temos um prêmio de conversão", afirmou Gutemberg.
"É um conceito dúbio e queremos separar (os dois componentes do preço)", acrescentou ele.
O executivo disse ainda que espera que a demanda por minério de ferro no Japão alcance 90 por cento dos níveis pré-crise no quarto trimestre.
"A demanda de minério de ferro no Japão estava em quase 90 por cento dos níveis pré-crise antes do terremoto (em março) e após a recuperação do desastre irá retornar a esse nível no quarto trimestre".
Segundo Gutemberg, a demanda na Europa foi retomada e está em cerca de 85 por cento dos níveis pré-crise global.
"Todos os mercados estão se recuperando bem da crise. Vemos a China muito forte.", completou.
Ele afirmou que a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, não estava preocupada com o impacto que teria o aperto monetário na China sobre a demanda de minério de ferro.
"Ele (aperto) é uma acomodação natural", disse o executivo.
A China importa cerca de 60 por cento do minério de ferro que necessita para produzir aço.
A Vale exportou cerca de 260 milhões de toneladas de minério no ano passado, sendo 130 milhões de toneladas para a China, contra um pico de 140 milhões de toneladas em 2009.