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Vale inicia substituição da produção de ferro de alto custo

A mineradora planeja substituir capacidade de produção de minério de ferro de alto custo entre 25 milhões e 30 milhões de toneladas ao ano


	Mina da Vale: volume de substituição da produção é superior à previsão para 2015
 (Anderson Schneider/VEJA)

Mina da Vale: volume de substituição da produção é superior à previsão para 2015 (Anderson Schneider/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 17h53.

São Paulo/Rio de Janeiro - A Vale planeja substituir capacidade de produção de minério de ferro de alto custo entre 25 milhões e 30 milhões de toneladas ao ano, mantendo sua meta de produção para 2015, informou a companhia, nesta segunda-feira, em um comunicado.

O informe ao mercado veio após o diretor executivo de Ferrosos da mineradora, Peter Poppinga, ter afirmado em um evento em São Paulo que a companhia já iniciou o processo de substituição da produção de 25 milhões de toneladas.

Os volumes que vão deixar de produzir são de minas do sistema Sul e "um pouco" a partir do sistema Sudeste, de Minas Gerais, bem como de terceiros.

O volume de substituição da produção é superior à previsão para 2015 apresentada ao mercado pelo executivo em abril, de 22 milhões de toneladas.

Questionado por jornalistas se a companhia atingiria meta de produção de 340 milhões de toneladas para este ano, Poppinga afirmou que "vamos tentar chegar a 340 milhões".

As ações da mineradora reagiram positivamente após os comentários do executivo, com as preferenciais avançando 6 por cento e as ordinárias disparando perto de 8 por cento perto do fechamento do pregão na Bovespa.

Em relatório, os analistas Alexander Hacking e Thiago Ojea, do Citi, afirmaram que "a Vale pode cumprir suas metas de produção para 2015 com uma mistura de minas de menor custo, ou seja, há um potencial de valorização de resultados".

Os analistas do Citi destacaram ainda que a notícia indicou que a Vale não está disposta a vender minério de ferro produzido com alto custo. "Os cortes de produção são de produtos de alta sílica, com 'breakeven' de 60 dólares/tonelada, em nossa opinião."

Em abril, Poppinga já tinha explicado que a interrupção da produção de algumas minas não deveria afetar a meta de produção para o ano, já que haveria a entrega de nova capacidade de 32 milhões de toneladas a serem somadas à capacidade de 330 milhões de toneladas de 2014.

Dessa forma, apesar da retirada das 22 milhões de toneladas planejadas à época, a empresa estaria entregando uma produção extra, neste ano, de 10 milhões de toneladas, incluindo volume de terceiros.

Naquela oportunidade, Poppinga adiantou também que 30 milhões de toneladas de minério menos competitivos seriam analisados para possível paralisação, dependendo do comportamento do mercado. Nesta segunda-feira, entretanto, o executivo evitou responder quantas toneladas de capacidade nova deverão ser acrescentadas ao longo deste ano.

Os planos da Vale divulgados em abril incluíam a retirada de minas menos competitivas, enquanto nova capacidade viria do sistema Sul e na Serra Leste de Carajás (PA), com melhores retornos.

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS

Poppinga afirmou ainda que os preços do minério de ferro estão sendo influenciados pelo comportamento de mercado de capitais na China, que passou por uma fuga de investidores nas últimas semanas, e que a cotação da matéria-prima já teria atingido um piso.

"O preço tem que ser mais alto, mas vai ter volatilidade grande para a frente. Chegou a um piso. Vamos ter uma recuperação", afirmou Poppinga.

Os preços do minério de ferro no mercado à vista da China tocaram na semana passada o menor nível em 10 anos, em meio a uma perspectiva negativa para a economia do país.

Nos últimos dias, os preços apresentaram uma leve recuperação e agora estão perto de 50 dólares a tonelada, ainda 30 por cento abaixo dos valores praticados no fim de 2014.

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