Como plano B, a Vale está planejando infraestrutura para grandes navios em países próximos à China (Sérgio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 15h46.
Rio de Janeiro/Londres - A Vale está perdendo 2 ou 3 dólares por tonelada de minério de ferro com as restrições da China aos navios gigantes de transporte da commodity, os chamados Valemax, disse nesta quinta-feira um executivo da empresa.
A maior produtora de minério do mundo espera autorização do governo chinês para entrada de seus mega navios nos portos chineses em 2013, disse o executivo em evento em Londres. A China é o maior comprador de minério do mundo, e principal cliente da mineradora brasileira.
"A situação não é ideal", disse o diretor de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins. "Agora temos de transferir o minério para navios menores no mar", afirmou Martins, durante coletiva de imprensa.
A Vale decidiu encomendar os maiores mineraleiros do mundo para reduzir custos de transporte do minério de ferro considerando que a maior parte de suas exportações tem a Ásia como destino --e a distância é uma desvantagem em relação a suas maiores concorrentes, BHP e Rio Tinto, que produzem na Austrália.
A China, porém, anunciou, no começo deste ano, que não permitiria a entrada dos navios. O governo chinês alegou motivos de segurança e necessidade de adequação dos portos aos novos navios, em meio à pressão da indústria naval, temerosa da concorrência da Vale, para vetar as embarcações.
A Vale espera a aprovação para entrada de seus mega navios na China em 2013, disse ele, em coletiva de imprensa em Londres.
Como alternativa ao veto da China à entrada de seus Valemax, a companhia está avançando na construção de infraestrutura capaz de receber os Valemax em países próximos ao seu maior comprador de minério --um plano B aos portos chineses.