Ferreira lembrou que os preços do minério no ano passado estavam entre US$ 170 e US$ 180 por tonelada, enquanto agora estão abaixo de US$ 120 (Divulgação/Vale)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2012 às 11h21.
Rio de Janeiro - A mineradora Vale espera que o preço do minério de ferro na China, que atualmente está nos menores patamares desde o final de 2009, volte a subir a partir de setembro, disse o presidente da companhia, Murilo Ferreira, nesta quinta-feira.
"O minério de ferro está pronto para voltar...", declarou ele a jornalistas, após participar de evento no Rio de Janeiro.
Essa retomada do preço ocorreria, de acordo com Ferreira, porque os estoques de minério de ferro na China, maior importadora da commodity, estão caindo, tendo passado para menos 20 dias.
Entre o final de junho e início de julho eram suficientes para 30 dias, segundo ele.
"Por isso vemos uma melhora boa de preço a partir de setembro ou outubro", destacou ele.
Ferreira lembrou que os preços do minério no ano passado estavam entre 170 e 180 dólares por tonelada, enquanto agora estão abaixo de 120 dólares.
Ele não entrou em detalhes sobre o tamanho da recuperação dos preços esperada.
Potássio
Os preços do minério de ferro mais baixos neste ano devem ter impacto em outras áreas de negócios da maior produtora do mundo da commodity.
Ferreira afirmou que a empresa vai reavaliar o projeto Kronau, de produção de potássio no Canadá, cujo custo em sua primeira fase é de 3 bilhões de dólares.
"Certamente (o projeto) não será implementado agora, mas queremos anunciar isso aos acionistas", disse ele.
Kronau está localizado na província canadense de Saskatchewan, e tem potencial estimado de produção anual da ordem de 2,9 milhões de toneladas métricas de potássio, segundo informação do site da Vale. O "start-up" era esperado para 2015.
Economia da China
Ferreira teme ainda uma desaceleração maior na economia da China.
"Se o investimento privado na China não corresponder às expectativas, podemos ficar na base de 7 a 7,5 por cento (o crescimento anual do país) e não 8 por cento", completou.
Ele lembrou que o investimento privado se contraiu, e que o setor público da China teria que compensar isso.
"Quando as margens (de lucro) caíram, os empresários (da China) ficaram assustados e não levaram adiante os projetos." Ferreira acrescentou que o setor de manufaturados da China ainda está anêmico, "mas a parte de construção já dá sinais de melhora".
"Ontem, recebi alguns dados que mostram alguma melhora para ir a 8 ou 8,5 por cento, mas não tenho segurança para afirmar se esses dados são uma nuvem ou consistentes."