Executivos da Vale estiveram no Congresso argentino para explicar os motivos que levaram a companhia a suspender o investimento (Agência Vale/Divulgação/VEJA.com)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Rio - A Vale quer colocar um ponto final esta semana nas negociações com o governo argentino em torno do projeto de potássio Rio Colorado, suspenso no começo de março. Nesta quinta-feira, 25, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, deixou claro não ter planos de voltar atrás e retomar o investimento.
"Esperamos que, com essas discussões, que estão em curso esta semana, a Vale deixe a Argentina da forma mais serena e pacífica possível e que o projeto Rio Colorado seja implantado, mas por outros sócios", afirmou, em entrevista por teleconferência.
Segundo ele, executivos da Vale estiveram no Congresso argentino para explicar os motivos que levaram a companhia a suspender o investimento.
Apesar dos argumentos apresentados, o governo local lançou mão de uma lei pela qual a empresa deve postergar por 20 dias a rescisão dos contratos de fornecimento de serviços e equipamentos para o projeto. Uma decisão que onera o caixa da empresa.
"Queremos sair adimplentes com empregados e fornecedores", afirmou. O problema, ponderou, é que a subsidiária Vale Argentina não tem receitas próprias e depende de aportes da controladora, no Brasil. "Os compromissos exigem remessas para a Argentina e os recursos estão se exaurindo naquele país", revelou.
Orçado inicialmente em US$ 5,9 bilhões, o projeto irá consumir US$ 611 milhões dos cofres da Vale este ano. A cifra inclui o pagamento de compromissos a serem honrados, salários de funcionários e impostos para que a companhia mantenha os direitos minerários na região.
Questionado, o executivo não quis comentar possíveis desdobramentos da reunião entre as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, nesta quinta-feira, na Argentina.
Venda
Durante a maratona de teleconferências que promoveu para detalhar o resultado financeiro no primeiro trimestre, Ferreira revelou que a companhia pretende encaminhar até junho ao conselho de administração a proposta de venda de uma fatia na Vale Logística Integrada (VLI).
"Essa é uma empresa bastante atraente e isso se refletiu na procura de players (investidores) internacionais no processo", contou. O executivo se mostrou confiante no sucesso da venda da VLI, que, segundo ele, tem um projeto de logística muito "robusto". Mas não quis adiantar sobre a fatia acionária que será negociada.
Conforme o executivo, quem vai bater o martelo será o conselho de administração. No mercado financeiro, a expectativa é de que a Vale se desfaça de uma participação equivalente a US$ 1 bilhão.