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Vale dificilmente terá acordo na Argentina, diz consultoria

Para a Eurasia Group, o mais provável é que a concessão do Rio Colorado seja cassada, e o projeto seja abandonado

Instalações da Vale em Mendoza: maior investimento estrangeiro na Argentina corre risco (Divulgação/Vale)

Instalações da Vale em Mendoza: maior investimento estrangeiro na Argentina corre risco (Divulgação/Vale)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 15h19.

São Paulo – São muito improváveis as chances de a Vale fechar um acordo com o governo da Argentina, capaz de levar à retomada do projeto do Rio Colorado. A avaliação é da consultoria Eurasia Group, especializada em risco político.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira, a consultoria afirma que “o desdobramento mais provável é que o governo rescinda a concessão da Vale e busque novos meios de desenvolver o projeto.” A companhia anunciou a suspensão do projeto nesta segunda-feira. Cerca de 6.800 empregados podem ser demitidos devido à paralisação.

O problema, segundo a consultoria, é que poucos investidores teriam disposição de assumi-lo nestas condições. Isto porque o governo argentino já se mostrou inflexível com investidores estrangeiros em outras ocasiões. Um exemplo lembrado pela Eurasia Group é a da nacionalização das operações da petrolífera YPF, que pertencia à Repsol.

Outra saída seria o governo federal ou provincial assumir o projeto, mas a consultoria observa que nenhum deles tem condições financeiras ou técnicas para tanto. A conclusão do relatório é simples: “é provável que ele seja abandonado.”

O projeto de produção de potássio do Rio Colorado, desenvolvido pela Vale na província de Mendoza, é o maior investimento estrangeiro em curso na Argentina. Seu valor inicial era de 6 bilhões de reais, mas, segundo a Eurasia Group, poderia alcançar até 10 bilhões.

A Vale pleiteava maior flexibilidade tributária e cambial para levar o projeto adiante, mas as reivindicações não foram aceitas pelo governo de Cristina Kirchner. De acordo com a agência de notícias Reuters, cerca de 45% do projeto já estava implantado, com um total investido até agora de 2,2 bilhões de dólares.

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