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Vale deve atingir dívida líquida de US$10 bi este ano, diz CEO

Schvartsman destacou que a meta será atingida antes do que a empresa imaginava anteriormente

Vale: a empresa registrou 21 bilhões de dólares de dívida no fim do terceiro trimestre (Yusuf Ahmad/Reuters)

Vale: a empresa registrou 21 bilhões de dólares de dívida no fim do terceiro trimestre (Yusuf Ahmad/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 16h13.

Última atualização em 30 de janeiro de 2018 às 16h34.

São Paulo - Com uma substantiva entrada de caixa já no início do ano e melhor geração de caixa, a dívida líquida da Vale deverá chegar à meta de US$ 10 bilhões antes do previsto, já em meados deste ano, disse nesta terça-feira, 30, o presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, que participa de conferência promovida pelo Credit Suisse. Ao final do terceiro trimestre do ano passado o endividamento estava em US$ 21 bilhões.

O executivo lembrou que no primeiro trimestre deste ano entrarão no caixa da Vale cerca de US$ 4 bilhões vindo do "project finance" em Moçambique e da venda de ativos de fertilizantes para a Mosaic. Tais recursos serão utilizados para o pagamento de dívidas. Schvartsman disse que não faz muito sentido reduzir o endividamento da Vale para "muito além" dos US$ 10 bilhões.

Em relação à nova política de dividendos da Vale, que passará em breve pelo crivo do Conselho de Administração da companhia, Schvartsman adiantou que a política terá relação com a geração de caixa e que o uso do resultado contábil não é a melhor forma de se fazer esse cálculo.

'Gestão primorosa'

Schvartsman disse que, antes de sua chegada, a mineradora não se dedicou a "questões de gestão". Implantar um modelo de gestão "mais primoroso" tem sido o principal foco em sua gestão à frente da companhia.

"A Vale enfrentou o superciclo e o fim do superciclo das commodities. Durante o superciclo, a prioridade era crescer a qualquer custo, produzir o máximo possível. No fim do superciclo, a Vale foi pega no contrapé, o fluxo de caixa foi embora e a empresa entrou no modo de sobrevivência", comentou o executivo.

Segundo Schvartsman, após o fim da fase de ouro das commodities, a Vale entrou num processo de enxugamento, com a venda de ativos, mas sem se dedicar como deveria à gestão. "Esse é o ponto a que tenho me dedicado com mais presença, que é implantar um modelo de gestão mais primoroso", declarou.

Custo de operação

Schvartsman disse que a mineradora deve reduzir em mais de 6% o custo de operação de suas minas dentro de um trabalho "sistemático" de corte de custos.

A referência do executivo é a economia obtida na operação de pelotização, divisão tida como "mais redonda", mas que, ainda assim, foi possível enxugar 6% dos custos. Segundo ele, a empresa está mapeando onde pode reduzir custos nas minas.

O executivo disse ainda durante o seminário do Credit Suisse que vê uma tendência de preços "sustentados" nas commodities produzidas pela Vale.

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