Super navio da Vale: centro de distribuição melhoraria o acesso ao seu principal mercado, que não tem permitido que os navios gigantes atraquem nos portos do país (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 08h52.
Xangai - A Vale, segunda maior mineradora do mundo, está avaliando instalar um centro de distribuição de minério de ferro em um porto no sul da China onde a Baosteel está construindo uma siderúrgica com capacidade para 10 milhões de toneladas de aço por ano, disseram fontes da indústria nesta terça-feira.
A Baosteel, maior produtora de aço da China, e o porto de Zhanjiang assinaram um memorando de entendimento com a Vale no início de dezembro durante uma visita à sede da mineradora no Brasil, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.
"Isso é apenas uma ideia muito inicial. O centro de distribuição, se for construído, poderia atender à demanda de clientes pequenos que podem não ter capacidade de comprar um carregamento inteiro de minério de ferro mas podem comprar um pequeno volume", disse a fonte.
Uma porta-voz da Vale na China não quis comentar. A Baosteel e o governo de Zhanjiang não estavam imediatamente disponíveis para falar sobre o assunto.
O Grupo Baosteel espera completar a construção do projeto de siderurgia em Zhanjiang até 2015.
O centro de distribuição melhoraria o acesso da Vale à China, seu principal mercado, que não tem permitido que os navios gigantes da companhia, os Valemax, atraquem nos portos do país.
A Vale construiu os Valemax para reduzir os custos de transporte até a China, o maior importador de minério de ferro, e assim competir melhor com as rivais australianas BHP Billiton e Rio Tinto.
Os navios gigantes têm, no entanto, sofrido críticas de influentes armadores chineses que temem que a mineradora use os Valemax para monopolizar tanto o mercado de transporte quanto o de minério, prejudicando a China.
A Vale já construiu uma embarcação de estocagem de minério na Ore Fabrica, nas Filipinas, que serve como plataforma para transferir a commodity dos Valemax para navios menores, que levam as cargas para a China e outros destinos asiáticos.