Rio Doce poluído pela lama do rompimento de barragens em Mariana (MG): o valor do fundo, porém, ainda não está definido, explicou a diretora-executiva de Sustentabilidade, Vania Somavilla (Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 11h21.
Rio de Janeiro - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, anunciou nesta sexta-feira, 27, que a mineradora brasileira e a anglo-australiana BHP Billinton, as duas donas da Samarco, criarão um fundo voluntário para a recuperação do Rio Doce, atingido pela lama despejada após o rompimento de duas barragens da Samarco, em Mariana (MG).
"Vamos criar esse fundo voluntário dedicado à recuperação do Rio Doce", disse Ferreira em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro.
O valor do fundo, porém, ainda não está definido, explicou a diretora-executiva de Sustentabilidade, Vania Somavilla.
"O objetivo é recuperar o rio, e isso tem de abranger questões como saneamento, mata ciliar, nascentes. É uma longa construção, mas o que queremos dizer é que vamos fazer agora", disse.
Segundo Ferreira, o fundo será auditado por grandes empresas internacionais e também está aberto a outras instituições e entidades que quiserem aderir de forma voluntária.
Ferreira frisou que não há um modelo de participação a ser definido pela Vale. "O fundo é voluntário, não é impositivo. Empresas de grande porte que quiserem participar e entidades internacionais serão bem-vindas", afirmou.
Na abertura, o presidente da Vale lamentou novamente o acidente, que deixou 13 motos (nove deles identificados) e dez desaparecidos. "É com alma triste e consternados que nós estamos aqui.
Estamos preocupados com 5,2 mil funcionários que não sabem a respeito de seu futuro", disse.
Concorrentes
O executivo afirmou que a Samarco é concorrente da Vale e da BHP. Ferreira disse ainda que, por questões de governança, sequer havia visitado quaisquer operações da Samarco, em Minas Gerais ou no Espírito Santo.
"Nunca fui ao escritório da Samarco em Belo Horizonte, nunca fui a uma operação da Samarco em Mariana. Foi minha primeira vez, infelizmente no meio dessa dor toda. Quando dizemos que não temos interferência direta sobre a Samarco, é porque não podemos", comentou o presidente da Vale.