At home (Eva-Katalin/Getty Images)
EXAME Solutions
Publicado em 17 de abril de 2023 às 10h00.
Última atualização em 17 de abril de 2023 às 11h06.
Para quem investe em ações, títulos públicos, opções, commodities, fundos de investimentos e outros produtos financeiros, a pauta ESG já deve estar no radar. E não é de hoje. Ao final de 2020, uma Pesquisa Global de Investimentos Sustentáveis, da gestora mundial BlackRock, queria entender a relação dos investidores com empresas que têm em seu DNA temas sociais e voltados para o meio ambiente.
A resposta foi clara: a pretensão era dobrar suas alocações em produtos sustentáveis em cinco anos e 75% dos entrevistados já usavam ou pretendiam usar as pautas ESG para montar seus portfólios.
Estudos da Bloomberg Intelligence revelaram que os fundos de investimentos focados em critérios ESG ultrapassarão a marca dos 50 trilhões de dólares até 2025. Esse crescimento demonstra uma mudança nítida no olhar para empresas capazes de gerar valor socioeconômico ao mercado.
No Brasil não é diferente. Desde a sua criação em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial, valorizou mais de 220%. "Os índices de sustentabilidade têm subido mais pois realmente existe bastante fluxo para eles", explica Roberto Chagas, Gestor de Renda Variável da EQI Asset.
Outro incentivo para se investir em empresas ESG é que elas tendem a ter melhores custos operacionais, melhor reputação, menor quantidade de processos e maior captação de investimentos. Esses pontos, inclusive, devem fazer parte de uma análise criteriosa na hora de escolher suas opções.
Investidores interessados na pauta devem redobrar a atenção na hora de montar o portfólio. Além de avaliar fundamentos clássicos, é importante analisar criteriosamente a governança e questões ambientais e sociais de cada companhia. Assim, as chances de encontrar empresas com boas práticas e também com perspectivas positivas são maiores.
“Uma boa maneira é atacar o ESG como um fator de risco, mirando no impacto negativo de estar exposto a riscos de meio ambiente, social e, por fim, de governança corporativa, observando se a empresa segue as melhores práticas e se no passado discriminou acionistas ou favoreceu partes relacionadas que possam afetar o resultado delas", explica Chagas.
Assim, se uma empresa não adota critérios, aumenta o risco de seu negócio e deve ser precificada dessa forma. Em resumo, existem parâmetros sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança que as empresas precisam seguir e, consequentemente, o investidor deve analisar.
Os princípios ambientais incluem preocupação com emissão de poluentes e produção, manejo e consumo de plásticos e uso de recursos naturais, enquanto os sociais dizem respeito a relacionamento da marca com a sociedade, legislação trabalhista, segurança no trabalho, diversidade, inclusão e envolvimento em causas sociais. Por fim, os princípios de governança corporativa olham para postura moral e ética no ambiente corporativo, transparência, combate à corrupção, política de compliance.
Se você ainda busca um norte para montar seu portfólio, vale ficar de olho em rankings e levantamentos divulgados por consultorias e empresas que entendem do tema. Abaixo, duas boas alternativas:
Em 2022, um levantamento realizado pela consultoria Walk The Talk by La Maison avaliou, por meio de uma pesquisa com 4.421 pessoas, a percepção sobre o posicionamento e ações de 50 empresas que são representativas em suas categorias.
Veja as 5 primeiras da lista:
Se você procura sugestões de empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil, vale, também, ficar de olho nos rankings divulgados pela própria B3. No início de 2022, por exemplo, a Bolsa de Valores Brasileira divulgou pela primeira vez um ranking das companhias de capital aberto com maiores notas ESG para proporcionar um melhor entendimento sobre o desempenho dos indicadores das companhias que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Veja quais foram as 5 primeiras da lista:
Em resumo, empresas com boas práticas de ESG correm menos riscos e estão em alta. Com uma análise criteriosa e boas decisões, é um caminho interessante a se seguir.