Proporção de atestados por Covid-19 cresceu durante a Ômicron, mas período de afastamento foi menor (Clodagh Kilcoyne/Reuters)
Um estudo realizado pela Closecare, startup focada na automatização de atestados, estima que o avanço da vacinação levou as empresas brasileiras a economizarem mais de 2,8 bilhões de reais ao longo de três meses.
Isso é resultado da redução do tempo de afastamento médio do trabalhador por conta da Covid-19 durante o surto da variante Ômicron.
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Para chegar a essa conclusão, a Closecare avaliou os dados das mais de 60 mil vidas de sua base de clientes.
Segundo a pesquisa, caso a média de 6,56 dias de afastamento, verificada na segunda onda da pandemia de Covid-19 (entre dezembro de 2020 a março de 2021), tivesse se repetido entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, o custo total dos atestados para as empresas seria de 35,9 milhões de reais.
Porém, com a diminuição da média de ausência do funcionário para apenas 4,6 dias, o surto da Ômicron gerou despesas de 33,1 bilhões de reais, uma economia de 7,8%.
O principal motivo para a redução no tempo médio de afastamento está no aumento da proporção de vacinados com a segunda dose no país, que saltou de 0,95% da população em 1º de março do ano passado para 72,24% em 1ª de março de 2022.
Ainda de acordo com a pesquisa, a proporção de atestados por Covid-19 cresceu de 26,43% para 38,24% durante a Ômicron, notadamente mais transmissível que as variantes anteriores.
Porém, por conta da vacinação, os casos graves caíram de forma significativa, permitindo que os funcionários voltassem ao trabalho em um tempo 30% menor.
Com isso, a despesa por cada licença foi reduzida de 1474,66 reais para 971,15 reais considerando-se a renda média do trabalhador do setor privado com carteira assinada de 2345 reais, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) referente a outubro de 2021.
“Tanto o aumento da vacinação quanto o amadurecimento das empresas em fazer gestão de saúde devem ajudar nesse movimento de queda. Agora as companhias estão entendendo melhor como identificar casos suspeitos de Covid-19, por exemplo. Ou seja, por mais que o vírus permaneça, vemos uma tendência de melhora no absenteísmo”, diz André Camargo, CEO da Closecare.