Flávia Rosario, da ManyChat: "Quando temos uma operação local, conseguimos estar mais próximos e trazer produtos mais específicos" (ManyChat/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 15 de abril de 2024 às 11h01.
Última atualização em 15 de abril de 2024 às 16h10.
A ManyChat está desembarcando oficialmente no Brasil. A empresa americana atua como uma ferramenta de chat marketing, integrando os famosos robôs a canais como Instagram e WhatsApp de pequenos negócios para facilitar as interações com consumidores.
Desde 2015 no mercado, a companhia tem o Brasil como o segundo maior mercado, atrás apenas dos Estados Unidos. O país é onde estão 200.000 de uma base de pouco mais de 1 milhão de clientes distribuídos por 170 países.
A ManyChat atua com uma estratégia global, atendendo os seus clientes a partir de apenas quatro operações, localizadas nos Estados Unidos e ainda Espanha (Barcelona), Holanda (Amsterdã) e Armênia (Yerevan). A entrada no Brasil, com uma unidade exclusiva, mostra a relevância que o país ganhou nos negócios da empresa.
“Quando temos uma operação local, conseguimos estar mais próximos e trazer produtos mais específicos. Podemos entender a fundo como usam o ManyChat hoje e como podemos expandir para esse uso”, afirma a fluminense Flávia Rosario, country manager da operação no Brasil.
Antes de chegar à empresa, a profissional passou 14 anos no Google e, mais recentemente, na Cora, como CMO da fintech. Rosario não revela quanto a Manychat fará de investimentos por aqui, apenas que a companhia chega com uma visão de longo prazo.
“Estamos falando de desenvolvimento de produto, de tempo de desenvolvedores. Será menos sobre investimento em marketing e mídia, e mais sobre pessoas e processos que serão desenvolvidos”, diz.
Segundo ela, os recursos para a abertura local provêm de caixa próprio. A empresa já chegou ao breakeven e fez a última captação em 2018, uma rodada série A no valor de US$ 18 milhões.
A operação local, atualmente com 10 profissionais, será lançada oficialmente no WebSummit Rio, evento de inovação que acontece entre esta segunda, 15, e quinta-feira, 19. Globalmente, a empresa tem 150 funcionários.
Ao longo dos 9 anos desde a fundação, a empresa tem investido em falar com os pequenos negócios. A base de clientes está em empreendimentos que têm entre 5 e 10 funcionários, e a operação da plataforma é tocada pelos próprios donos.
“É aquele comerciante que tem pouca equipe e precisa otimizar as vendas”, diz Rosário. Com a ferramenta, eles conseguem padronizar respostas sobre horário de atendimento, preços, disponibilidade de produtos, anunciar itens, entre outras funcionalidades.
O modelo funciona por assinatura, com o apelo fremium. É grátis para a comunicação com até 1.000 clientes. Daí para frente, é cobrado o equivalente a 15 dólares por mês - na cotação atual, cerca de R$ 80.
A fortaleza da empresa está na integração com o Instagram, mas os robôs operam também no Facebook, email e SMS. Mais recente, a entrada no WhatsApp impulsionou a adoção por negócios brasileiros e deve ganhar mais funcionalidades com a abertura do braço local do negócio.
Além da venda de produtos por lojas, a empresa tem atraído a atenção de influenciadores digitais que trabalham com infoprodutos. Caso do filósofo Mario Sergio Cortella, que usa a tecnologia para distribuir pílulas de conhecimento e anunciar as suas palestras, e da influenciadora Natália Beauty, conhecida pelo desenvolvimento dos produtos de beleza.
“Hoje, as pessoas podem ir além do chatbot. Com esse engajamento do marketing, eles conseguem ir desde um texto simples do WhatsApp até uma imagem e um vídeo”, diz Rosário. São essas características que ela pretende reforçar agora, em eventos e usando a base de influenciadores digitais para ampliar o conhecimento sobre a marca no país - e trazer mais clientes.
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