Comécio (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 19h54.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h51.
Nesta sexta-feira o IBGE divulga a inflação oficial do país em novembro. A expectativa é de que o IPCA suba 0,27% – quase a mesma taxa de outubro (0,26%). Apesar da alta, a taxa deve ser a menor para o mês em 17 anos. Como outros importantes indicadores ainda não mostram melhora, a divulgação do IPCA só deve servir para engrossar o coro das cobranças para que governo e Banco Central adotem mais medidas para estimular a economia no curto-prazo. Mas o que poderia ser feito?
Economistas reconhecem que a situação é delicada. Para muitos, uma aceleração do corte de juros do país é o trabalho básico para estimular o mercado. O Boletim Focus divulgado desta semana mostra que o mercado espera cortes de 0,50 ponto nas primeiras cinco reuniões de 2017. Há quem já cogite cortes de 0,75 ponto.
O discurso do BC é sempre de que está comprometido com a meta da inflação – de 4,5% em 2017. “A queda na demanda é tão grande que a desinflação deve permanecer mesmo com uma política de juros mais agressiva. A inflação não é mais um medo”, diz Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra.
Outra medida defendida por empresários e economistas é a reabertura do programa de refinanciamento de débitos fiscais (Refis), que tem sido evitada pelo governo. “Poderia trazer um bom alívio para as empresas bastante endividadas”, diz Ignácio Crespo economista-chefe da corretora Guide. O ministro da fazenda, Henrique Meirelles, ressaltou em entrevistas que a reabertura de um programa como este poderia deteriorar ainda mais a situação fiscal do país.
Para a economista e colunista de EXAME Hoje Monica de Bolle a saída seria pedir dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “O problema do Brasil é de estoque – sobreendividamento de todos os setores. Problemas de estoque requerem tempo, paciência, e governos com alto grau de credibilidade. O Brasil não atende a qualquer desses quesitos. Há um ano disse que precisávamos do FMI. Hoje acredito nisso mais do que nunca.” Enquanto se discute, as empresas seguem asfixiadas.