Yukio Sakamoto, presidente da Elpida Memory: "lamentamos os problemas causados" (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2012 às 12h03.
Tóquio - A última fabricante japonesa de memória informática DRAM, Elpida Memory, declarou-se nesta segunda-feira em falência, incapaz de honrar com suas obrigações devido as suas finanças, atingidas pelas flutuações da demanda, pelo encarecimento do iene e por uma competência asiática impiedosa.
Elpida, a terceira grande fornecedora mundial de memórias dinâmicas com acesso aleatório (DRAM), utilizadas nos computadores e em outros aparelhos, era a única sobrevivente desta especialidade no Japão.
Ao se declarar em quebra, deixa um buraco de 448,03 bilhões de ienes (mais de 4,5 bilhões de euros), mas espera encontrar um cavaleiro branco para entrar em um processo de recuperação sob controle judicial.
O presidente do grupo, Yukio Sakamoto, que deve renunciar, adiantou na semana passada que o futuro da empresa era incerto devido à impossibilidade de alcançar um acordo com os sócios industriais ou salvadores financeiros.
"Lamentamos os problemas causados", disse Sakamoto aos acionistas e credores em uma coletiva de imprensa.
Trata-se da maior quebra no setor manufatureiro no Japão e marca também o fim de uma história: o arquipélago foi, junto aos Estados Unidos, um dos campeões de DRAM nos anos 1980, antes da chegada dos rivais sul-coreanos, e depois tailandeses, no ambiente da banalização das técnicas de produção.
A Elpida nasceu em 1999 da fusão das atividades DRAM de NEC e Toshiba, que contaram depois com a chegada das da Mitsubischi Electric, uma consolidação que tentava sobreviver no mercado.
Embora vencido no campo dos DRAM, o Japão continua, junto com a Toshiba, em bom lugar com os "chips" para memória flash NAND utilizados em um número crescente de aparelhos.
Além da ferocidade crescente dos competidores asiáticos, a Elpida sucumbiu também ao aumento da moeda japonesa, que não fez mais do que minar a sua competitividade.