Negócios

UE diz analisar defesa do Google com mente aberta

A Comissão Europeia acusa o Google de oferecer "sistematicamente um tratamento favorável aos seus produtos na comparação de preços"


	Google na Europa: "Agora que recebemos sua resposta, a analisaremos muito meticulosamente. E faremos com a menta aberta, porque a União se constrói sobre o estado de Direito"
 (Susana Bates/AFP)

Google na Europa: "Agora que recebemos sua resposta, a analisaremos muito meticulosamente. E faremos com a menta aberta, porque a União se constrói sobre o estado de Direito" (Susana Bates/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 14h59.

Bruxelas - A comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou nesta terça-feira que estuda "meticulosamente" e com a "mente aberta" a resposta formal do Google à acusação da Comissão Europeia de abuso de posição dominante por favorecer seus próprios produtos nas buscas de internet.

"Vi os comentários do Google sobre sua resposta à folha de acusações", assinalou Vestager em entrevista coletiva, em referência ao documento formal que a empresa americana entregou em 27 de agosto para se defender da acusação da CE, feita em abril.

"Agora que recebemos sua resposta, a analisaremos muito meticulosamente, estamos ainda no processo de fazê-lo. E faremos com a menta aberta, porque a União se constrói sobre o estado de Direito", explicou a comissária dinamarquesa.

Quanto à investigação antimonopólio que a CE também em abril sobre o sistema operacional móvel do Google, Android, Vestager assinalou que ainda não finalizou a análise e que não pode antecipar se fechará ou se iniciará uma acusação formal antimonopólio.

A CE investiga se o Google impulsionou acordos "anticompetitivos" com fabricantes de celulares e tablets para instalar exclusivamente neles seu sistema operacional de código aberto Android, se impediu o desenvolvimento de versões concorrentes desse sistema ou se vinculou obrigatoriamente alguns de seus aplicativos e serviços.

No primeiro caso, a CE acusa o Google de oferecer "sistematicamente um tratamento favorável aos seus produtos na comparação de preços", o chamado Google Shopping, em suas páginas de resultados de busca geral.

Na opinião da CE, isto pode desviar artificialmente o tráfego de serviços rivais de comparação de preços e dificultar suas possibilidades de concorrer no mercado.

À CE se preocupa de os usuários não necessariamente verem os resultados mais pertinentes às suas consultas, o que os prejudica e ao mesmo tempo paralisa a inovação, afirmou.

O departamento dirigido por Vestager considera que o Google deve tratar seu próprio serviço de comparação de preços da mesma maneira que o de seus rivais.

A multinacional, por sua vez, garantiu que, ao contrário das alegações "incorretas" da CE, o Google "aumenta a capacidade de escolha para os consumidores europeus e oferece oportunidades valiosas para empresas de qualquer tamanho".

De acordo com o Google, os dados econômicos compilados ao longo de mais de uma década e uma série de documentos e de afirmações de empreários "confirmam que a busca de produtos é firmemente competitiva".

Acompanhe tudo sobre:ConcorrênciaEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaEuropaGoogleTecnologia da informaçãoUnião Europeia

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'