Uber: "os trabalhadores nesta economia insegura precisam de muito mais do que um direito fraco", afirmou o maior sindicato britânico (Tyrone Siu/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 10h05.
Londres - O Uber recebeu positivamente a resposta do Reino Unido para uma revisão nos direitos trabalhistas, que parece destinada a preservar modelos informais de negócios na contratação de funcionários por empresas, mas os sindicatos criticam os planos do Ministério de Empresas.
Companhias como o Uber, mais conhecido por seu serviço de transporte urbano compartilhado, e a Deliveroo, que faz entrega de refeições, foram criticadas por contratar autônomos, o que significa que os trabalhadores não têm muitos direitos trabalhistas, incluindo o salário mínimo.
Uma revisão encomendada pelo governo britânico analisou a questão das práticas modernas em locais de trabalho e, em resposta na semana passada, o Ministério de Empresas disse que criará legislações para melhorar a clareza dos testes de classificação de emprego.
O governo disse que suas reformas refletem as constatações da revisão de que a proibição total de contratos sem determinação de carga horária afetaria negativamente algumas pessoas e que a flexibilidade do trabalho autônomo não era incompatível com o acesso a proteções trabalhistas.
"Nós apoiamos mais clareza do governo e esperamos trabalhar de perto com eles para garantir que os motoristas possam manter todos os benefícios de ser seu próprio patrão", disse uma porta-voz do Uber.
Mas o maior sindicato britânico, Unite, criticou os planos do governo. O secretário-geral Len McCluskey disse que "os trabalhadores nesta economia insegura precisam de muito mais do que um direito fraco de solicitar um contrato e horário mais previsíveis".
Como parte dos planos, os conservadores do Reino Unido vão introduzir uma legislação para descartar uma lei que atualmente permite que os trabalhadores autônomos sejam empregados com remuneração menor do que contratados permanentes de algumas empresas.