Negócios

Uber anuncia acordo para vender participação ao Softbank

De acordo com a imprensa americana, o Softbank deveria obter duas vagas na diretoria caso consiga adquirir 14% do Uber

Uber: acordo pode significar o início oficial do projeto de entrada na Bolsa, programado para acontecer até 2019 (David Paul Morris/Bloomberg)

Uber: acordo pode significar o início oficial do projeto de entrada na Bolsa, programado para acontecer até 2019 (David Paul Morris/Bloomberg)

A

AFP

Publicado em 13 de novembro de 2017 às 08h53.

A Uber anunciou neste domingo à noite um acordo para vender uma participação de seu capital ao grupo japonês de telecomunicações Softbank, uma transação que pode assegurar a entrada na Bolsa até 2019 e permitir que a companhia supere os escândalos dos últimos meses.

"Chegamos a um acordo com um consórcio liderado por Softbank e Dragoneer sobre um possível investimento. Acreditamos que este acordo é um forte voto de confiança no potencial do Uber a longo prazo", afirma a empresa em um comunicado.

Softbank, que pertence ao bilionário japonês Masayoshi Son, repetiu durante meses o desejo de investir bilhões de dólares no Uber com uma participação de até 14% de seu capital.

A empresa japonesa, matriz da Sprint, a terceira maior operadora americana de telecomunicações, deseja recomprar ações com um procedimento financeiro conhecido como "oferta amistosa", que tradicionalmente dura um mês: se estabelece um preço, mas os acionistas são livres para decidir se vendem ou não os seus títulos.

De acordo com a imprensa americana, o Softbank deveria obter duas vagas na diretoria caso consiga adquirir 14% do Uber, o que representaria uma voz importante na tomada de decisões estratégicas.

O investimento do grupo japonês é possível graças a um acordo entre Travis Kalanick, o fundador e ex-presidente executivo do Uber, e um influente fundo de acionistas da empresa, que concordaram em deixar as diferenças de lado.

O fundo californiano Benchmark havia apresentado uma queixa contra Kalanick para desafiar seu domínio absoluto no conselho de administração, por meio do qual ele validava estratégias e transações, assim como a nomeação e destituição do CEO.

A disputa provocou o bloqueio de qualquer operação estratégica, como a prevista pelo Softbank.

O acordo prevê que o Benchmark suspenda a ação, enquanto Kalanick permitirá que a diretoria apresente sua opinião, por meio de uma votação, sobre os futuros administradores.

Em caso de acordo definitivo entre Uber e Softbank, o Benchmark retirará sua denúncia.

A chegada do Softbank é uma boa notícia para Uber, que tenta superar os escândalos que abalaram sua reputação recentemente, incluindo acusações de assédio sexual dentro da empresa.

A empresa também poderia aproveitar o momento para estabelecer novas normas internas.

O Uber deseja ampliar seu conselho de administração para torná-lo mais plural: Kalanick mantém seu lugar, apesar de ter deixado a presidência em junho.

O acordo também pode significar o início oficial do projeto de entrada na Bolsa, programado para acontecer até 2019. Recentemente, o Uber foi avaliado em 68 bilhões de dólares.

Dara Khosrowshahi, novo CEO, estabeleceu como prazo para entrada na Bolsa entre 18 e 36 meses depois de sua chegada ao Uber, segundo a imprensa americana.

Acompanhe tudo sobre:Açõesacordos-empresariaisSoftBankUber

Mais de Negócios

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg