Uber não negou que Levandowski tenham pego documentos da Waymo, mas alega que não usou qualquer tecnologia da concorrente em seus carros (Brendan McDermid/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de maio de 2017 às 10h44.
São Francisco - O Uber ameaçou demitir um engenheiro acusado pela unidade de carros autônomos da Alphabet, a Waymo, de roubar documentos confidenciais em um caso envolvendo importantes segredos comerciais entre as duas empresas, segundo parecer judicial.
A Waymo processou o Uber, alegando que seu ex-executivo Anthony Levandowski teria feito download de mais de 14 mil documentos confidenciais antes de deixar a empresa para se juntar à rival.
O caso, motivado pela disputa das duas companhias pelo domínio do segmento de automóveis autônomos, se centra nas alegações da Waymo de que a informação obtida por Levandowski chegou ao sistema Lidar do Uber, uma importante tecnologia de sensor em carros autônomos.
Na semana passada, o juiz norte-americano William Alsup, em San Francisco, emitiu liminar ordenando que o Uber mantenha Levandowski afastado dos trabalhos envolvendo a tecnologia em questão, de modo a impedir que ele e outros funcionários usem o material e que o devolvam à Waymo até 31 de maio.
O Uber informou Levandowski de que ele precisa cumprir a ordem judicial e devolver os documentos à Waymo ou enfrentar possível rescisão contratual, disseram os advogados dele no documento judicial.
Os advogados pediram ao juiz que modifique a liminar, de modo que o Uber não seja obrigado a demitir Levandowski se o engenheiro reivindicar os direitos constitucionais contra auto-incriminação e se recusar a produzir os documentos.
Representantes do Uber não puderam ser imediatamente contatados para comentar o assunto, enquanto o porta-voz da Waymo se recusou a fazê-lo.
Na quinta-feira, o Uber informou que apelaria da decisão do juiz.
Levandowski deixou a Waymo em janeiro de 2016 e começou a Otto, uma startup de caminhões autônomos que o Uber comprou em agosto do mesmo ano por 680 milhões de dólares. Até o mês passado, ele comandava a divisão de carros autônomos do Uber, ante de se distanciar das responsabilidades por causa do processo judicial.
O Uber não negou que Levandowski tenham pego documentos da Waymo, mas alega que não usou qualquer tecnologia da concorrente em seus carros.