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Twitter toma decisões duras para que minorias sejam ouvidas

No congresso Talking About Twitter, o dirigente falou sobre como as novas tecnologias estão acabando com muros artificiais que impediram o acesso a informação


	"Como empresa, continuaremos navegando em um cenário político cada vez mais complexo, no qual teremos de lidar com problemas sobre ética, conteúdo e tecnologia", comentou Dick Costolo na conferência
 (Ethan Miller/Getty Images)

"Como empresa, continuaremos navegando em um cenário político cada vez mais complexo, no qual teremos de lidar com problemas sobre ética, conteúdo e tecnologia", comentou Dick Costolo na conferência (Ethan Miller/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 14h32.

Granada - O Twitter se "compromete" a tomar "decisões difíceis" para que as minorias possam ser escutadas, segundo disse nesta segunda-feira o diretor-executivo da rede social, Dick Costolo, já que ainda existem o controle, a pressão e a propaganda.

O dirigente, que deixará o cargo no dia 1º de julho, compareceu ao congresso Talking About Twitter (TAT) de Granada, na Espanha, onde falou sobre como as novas tecnologias, e principalmente a plataforma de "microblogging", estão acabando com os muros artificiais que impediram historicamente o acesso ao livre fluxo de informação.

Costolo explicou à Agência Efe que a empresa tem de tomar decisões "duras" para encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressar opiniões pouco populares ou minoritárias sem medo e fazer com que as críticas às mesmas não as silenciem.

Entre essas complexas decisões não está apenas lidar com o confronto entre usuários, mas também as relações com os governos, incluindo o americano, que pedem que o Twitter apague determinados comentários críticos.

O diretor afirmou que à medida em que a rede é fica mais propensa a estas situações, a empresa dedica cada vez mais "uma grande quantidade de recursos para lutar pelas vozes" de seus usuários e apagar conteúdos apenas caso haja uma ordem judicial ou um pedido legal válido.

"Como empresa, continuaremos navegando em um cenário político cada vez mais complexo, no qual teremos de lidar com problemas sobre entre ética, conteúdo e tecnologia", comentou na conferência.

Para Costolo, o acesso à informação que era limitado pelo status social, econômico, racial, religioso e político é cada vez maior e mais instantâneo para um número de pessoas cada vez maior que podem formar uma opinião "sem interferências" com diferentes fontes e compartilhá-la "sem limites".

O monopólio da informação não está mais nas mãos de alguns escolhidos, disse Costolo, que apesar de continuarem existindo fatores como propaganda e controle defendeu que plataformas como o Twitter servem de "contrapeso" e contribuem para que o poder tenha que prestar contas.

Em seu discurso, Costolo também falou de outras utilidades do Twitter, cujos dados públicos podem ser utilizados para conhecer o comportamento humano, estabelecer redes de cooperação em situações de crise ou prever tendências. Como exemplo, contou que antes da divulgação da epidemia de ebola na África já havia mil tweets falando sobre a doença.

Até o momento já foram publicados 500 bilhões de tweets na rede social. Segundo o diretor, um dos grandes desafios tecnológicos que é fazer com que as pessoas possam entender o que está acontecendo no mundo todo de maneira instantânea.

Antes de encerrar seu discurso, Costolo pediu que a rede seja utilizada de forma responsável e com empatia.

Durante os cinco anos de Costolo como diretor-executivo, o Twitter entrou na bolsa, passou de 125 milhões a 302 milhões de usuários ativos, lançou Vine e Periscope e valorizou de US$ 3,7 bilhões para US$ 23,5 bilhões.

No entanto, os investidores criticavam o lento crescimento em número de usuários e em uso, assim como a estratégia para gerar receita.

Após a renúncia de Costolo, o fundador da rede social, Jack Dorsey, ocupará o cargo de forma interina até que seja designado um novo diretor-executivo para uma nova era no Twitter.

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