Funcionários da Toyota rezam pelas vítimas do tsunami: montadora é uma das mais afetadas (Jiji Press/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2011 às 14h37.
Tóquio - Os grandes fabricantes de automóveis do Japão reduziram sua produção doméstica à metade em março por causa do terremoto e do tsunami que atingiram o país, que ameaçam uma das indústrias mais importantes da economia japonesa.
A catástrofe natural e os posteriores problemas na produção elétrica obrigaram a paralisação das atividades em muitas fábricas e destruíram infraestruturas do nordeste do país, o que afetou a provisão de peças.
A fabricação de um carro requer entre 20 mil e 30 mil autopeças, por isso que a catástrofe repercutiu também na produção das fábricas de automóveis no exterior, já que muitas recebem esses componentes do Japão.
Os três principais fabricantes japoneses, Toyota (líder mundial), Nissan e Honda, retomaram em abril suas operações domésticas após os fechamentos provocados pelo tsunami, mas sua produção segue em apenas cerca de 50% de seu volume habitual.
Deste modo, em março, a Toyota produziu no Japão apenas 162.309 automóveis, incluindo as de seus grupos Daihatsu e Hino Motors, o que representa 61,5 mil a menos que no mesmo mês de 2010.
Também teve uma queda de 40% em suas vendas no Japão, seu segundo mercado atrás do americano, onde o consumo se viu reduzido pela incerteza gerada após o terremoto e o tsunami de 11 de março.
Estes números contribuem para piorar os dados relativos ao ano fiscal 2010, que terminou em 31 de março com uma queda de 7,1% das vendas no Japão, a primeira em dois anos, e uma redução de 6% em sua produção doméstica.
No entanto, a nível global, no ano 2010 a produção da Toyota cresceu 1,1% para mais de 8,24 milhões de veículos.
Na semana passada, o fabricante anunciou que até junho reduzirá sua produção entre 50% e 70% em Japão, China, Malásia, Tailândia, Índia, Europa e América do Norte.
A Nissan e a Honda, segundo e terceiro maiores fabricantes do Japão, respectivamente, também viram sua produção afetada pelo tsunami.
A produção das fábricas da Nissan no Japão caiu 52,4% em março, o que a companhia atribuiu aos efeitos do terremoto e também ao fim do programa governamental de subsídios à aquisição de veículos ecológicos.
No caso da Honda, a produção doméstica caiu 62,9% em março, seu pior número desde 1997, quando começou a publicar dados comparativos, informou a agência local "Kyodo".
O terceiro maior fabricante do Japão anunciou também que suas fábricas devem voltar a funcionar normalmente até o final de 2011.