Trump: o governo Trump adotou uma postura agressiva ante a China acerca de comércio e segurança nacional (Mark Wilson/Getty Images)
AFP
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 19h39.
Última atualização em 6 de abril de 2020 às 12h59.
O presidente americano Donald Trump impediu, nesta quarta-feira, a tentativa de uma estatal chinesa de adquirir a empresa Lattice, de semicondutores, afirmando que isso representaria uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.
A aquisição da Lattice Semiconductor Corporation, companhia de Oregon publicamente negociada, pela chinesa Canyon Bridge Fund poderia ameaçar a oferta de produtos importantes para o governo americano, disse o Departamento do Tesouro em nota.
O governo Trump adotou uma postura agressiva ante a China acerca de comércio e segurança nacional, lançando investigações amplas sobre as ramificações de segurança nacional do comércio de alumínio e aço de Pequim.
Trump tem a prerrogativa de bloquear investimentos estrangeiros que ele julgue ameaçadores à segurança nacional por meio do Comitê de Investimentos Estrangeiros (CFIUS) nos Estados Unidos, um comitê interagências.
No caso da Lattice, o CFIUS e o presidente decidiram que "a transação representa um risco à segurança nacional dos Estados Unidos que não pode ser resolvido por meio de mitigação", disse a nota do Tesouro.
Com a decisão, a Canyon Bridge, sua parceira Yitai Capital e o China Venture Capital Fund Corp (CVCF) foram proibidos de comprar a empresa americana, que atende a mercados de consumidores, de comunicação e industrial.
O Tesouro disse que o acordo representa um risco à segurança nacional devido ao apoio de Pequim à transação, à potencial transferência de propriedade intelectual para investidores estrangeiros e à importância dos suprimentos semicondutores para o governo americano, inclusive dos produtos da Lattice.
A Lattice fabrica dispositivos lógicos programáveis, semicondutores que podem ser programados para ter funções similares às dos chips, diz a declaração.
Trump interveio pessoalmente no processo após empresas apelarem para ele sobrepor a decisão do CFIUS diretamente, segundo o The Wall Street Journal.