Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos: lucros na campanha (Carlo Allegri/Reuters)
Diogo Max
Publicado em 10 de dezembro de 2016 às 16h06.
Última atualização em 12 de dezembro de 2016 às 07h11.
São Paulo – Um homem de negócios é capaz de financiar sua própria campanha? Sim, e até mesmo faturar com ela.
De acordo com uma reportagem publicada pela Bloomberg na última sexta-feira, os negócios do bilionário e agora presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, receberam 14,6 milhões de dólares com a campanha do republicano.
Trump pôs 66 milhões de dólares na campanha e recebeu 264 milhões de dólares de outros doadores.
No entanto, mais de 14,6 milhões de dólares voltaram para seus negócios na forma de viagens aéreas, aluguel de eventos e até água mineral, segundo a Bloomberg.
Os comícios eram hospedados frequentemente dentro de um dos hotéis do empresário.
Após os eventos, as refeições aconteciam no restaurante mais próximo: o do próprio hotel, onde é distribuída a sua própria água engarrafada.
E onde ele frequentemente dormia durante a campanha? No próprio hotel.
Mas o conglomerado de Trump não é formado apenas de hotéis, como alguns podem pensar. Ele também possui uma empresa aérea, a TAG Air, de quem ele alugou um avião para campanha, segundo a Bloomberg.
A vasta rede de negócios de Trump, incluindo investimentos no exterior e em dívidas de outros países, pode criar conflitos de interesses sem precedentes quando ele assumir como presidente.
A lei americana, contudo, não o proíbe de envolvimento em negócios privados quando no cargo, apesar de congressistas e funcionários do Executivo estarem sujeitos a regras estritas de conflito de interesses.
Pelo Twitter, Trump já afirmou que irá se afastar completamente de seus negócios enquanto estiver na presidência e que o comando das empresas ficará com seus filhos.