Tropa de Elite 2: o filme atraiu, até o dia 28 de novembro, 10,3 milhões de espectadores (DIVULGAÇÃO)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2011 às 11h00.
São Paulo - Além de adotar um modelo de financiamento privado, no qual produtores associados aportaram os recursos necessários para rodar Tropa de Elite 2, o filme também inovou em outro ponto: a distribuição. Considerada uma parte fundamental para o sucesso de uma película, a distribuição costuma ser apontada como uma das vilãs do cinema brasileiro, ao abocanhar a maior fatia dos ganhos.
Sérgio Almeida, diretor da Filme B, uma consultoria especializada na indústria cinematográfica, Tropa de Elite 2 foi revolucionária montar sua própria distribuição, ao invés de fazer um contrato com uma distribuidora. Foi essa estrutura a responsável por levar as cópias do filme a 703 salas de cinema em todo o país.
"Agora a idéia é juntar produção e distribuição, assim o produtor/distribuidor acaba ficando com o rendimento de cerca de 50% do produto. Mercado tem, mas não são todos os filmes que podem fazer isso", diz Almeida.
Tipo de contrato
Para o sócio-diretor da distribuidora Paris Filmes, Marcio Fraccaroli, é errôneo pensar que as distribuidoras ficam com os lucros. "Depende do modelo de contrato, é vago falar porque fica em função do contrato, se depois não deu lucro, o produtor devia ter feito um contrato melhor. As empresas sempre cumprem contrato", disse. O mercado vem em crescimento de 25% em público e de 35% em renda, segundo Fraccaroli.
No caso da Paris Filmes (que comprou o direito de distribuição do Crepúsculo no Brasil, por exemplo), ela fica com uma participação média de 15% a 20% nos lucros dos filmes no Brasil. E também pode perder, se o filme não tiver bons resultados. A distribuidora está trabalhando com seu portfólio de 2012 – o próximo ano já está fechado.
A marca Tropa de Elite 2 atraiu inclusive empresas que nunca haviam feito patrocínio ao cinema nacional, caso da Samsung, da Unimed e da Net. A rede de TV a cabo fez uso da lei Rouanet para o patrocínio – de cerca de um milhão de reais. "Já conseguimos impactar mais de dez milhões de pessoas, não tínhamos como fim obter lucro com isso, mas associar nossa marca à produção de conteúdo nacional", disse Roberta Godoi, diretora comercial da NET.