São Paulo - Um tribunal em São Paulo confiscou nesta sexta-feira 8,9 por cento das ações que a construtora OAS tem na empresa de infraestrutura Invepar, alegando que o grupo endividado está em risco iminente de insolvência.
O juiz Roberto Corcioli Filho, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, disse à Reuters que ordenou a apreensão da Pentágono DTVM, um trustee que representa os interesses dos detentores de 160 milhões de reais em títulos de dívidas locais da OAS.
A ordem de Corcioli seguiu a decisão da OAS de mover em torno de 105 milhões de ações ordinárias e preferenciais que detém na empresa de infraestrutura.
Os reclamantes suspeitam que a OAS transferiu as ações para protegê-los de seus clientes, os detentores de notas, e outros credores, de acordo com documentos do tribunal.
A OAS pretende recorrer da decisão, que, segundo a empresa, foi feita baseada em informações incompletas dos demandantes.
"Em nenhum momento a OEA tentou dar tratamento preferencial a qualquer credor ou transferir ativos para esgotar seu patrimônio", informou a empresa em um comunicado. Corcioli disse em uma entrevista por telefone que a decisão foi uma medida temporária, que também pode ser objeto de recurso. Ela pode ser revertida se a OAS provar que a transferência dos títulos foi legal, acrescentou.
A apreensão ocorre no momento em que a OAS sofre com o impacto de um escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro que aflige a Petrobras , um cliente-chave, e que tem destruído o seu próprio acesso a financiamentos e fluxo de receitas.
-
1. MPF quer ressarcimento de R$ 1 bilhão
zoom_out_map
1/7 (Nacho Doce/Reuters)
São Paulo - Depois de 16 meses de investigações, 36 pessoas que estavam na mira da
Operação Lava Jato foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. Este, contudo, seria apenas o começo, de acordo com
Rodrigo Janot, procurador-geral da República e chefe do MPF. Ao todo, 23 pessoas
ligadas às empresas Camargo Corrêa, Engevix,
Galvão Engenharia,
Mendes Júnior, OAS e UTC também foram denunciadas pela Procuradoria. O MPF estima que 286 milhões de reais tenham sido movimentados no esquema e espera um
ressarcimento mínimo de 971,5 milhões de reais.
Se o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, acatar a denúncia, os 35 envolvidos serão julgados por crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime de corrupção. Segundo o relatório divulgado pela Procuradoria, as penas podem chegar a 127 anos de detenção, caso o réu seja considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, 3 atos de corrupção e 3 atos de lavagem de dinheiro. A Mendes Júnior, por exemplo, teria acumulado 53 atos de corrupção. Veja a lista de penas possíveis para cada crime:
Veja a lista dos
35 denunciados no esquema de corrupção da Petrobras.
-
2. Mendes Junior + GFD
zoom_out_map
2/7 (Divulgação)
-
3. Camargo Corrêa + UTC
zoom_out_map
3/7 (Divulgação)
Veja o posicionamento da Camargo Corrêa e da UTC “A Construtora Camargo Corrêa esclarece que pela primeira vez seus executivos terão a oportunidade de conhecer todos os elementos do referido processo e apresentar sua defesa com a expectativa de um julgamento justo e equilibrado.” "Os advogados da UTC não tiveram acesso à denúncia e só se manifestarão depois de analisá-la."
-
4. Engevix
zoom_out_map
4/7 (Divulgação/ Engevix)
Veja o posicionamento da Engevix:
"A Engevix, por meio dos seus advogados, prestará os esclarecimentos necessários à justiça."
-
5. Galvão Engenharia
zoom_out_map
5/7 (Divulgação/ Galvão Engenharia)
-
6. OAS
zoom_out_map
6/7 (REUTERS/Aly Song)
-
7. Veja outras matérias sobre a corrupção na Petrobras
zoom_out_map
7/7 (Vanderlei Almeida/AFP)