Eles ficarão fora da fábrica por dez dias, de hoje até 7 de julho. (Imelda Medina/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 27 de junho de 2022 às 12h32.
Última atualização em 27 de junho de 2022 às 12h59.
Pela segunda vez neste ano, a Volkswagen está colocando em férias coletivas trabalhadores da planta de São Bernardo do Campo, em São Paulo, em função da falta de peças e componentes eletrônicos para finalizar a produção dos veículos. Desta vez, serão 3 mil metalúrgicos, que ficarão fora da fábrica por dez dias, de hoje até 7 de julho.
A montadora já havia colocado cerca de 2,5 mil metalúrgicos, da mesma unidade, em férias coletivas, por 20 dias, em maio, por problemas na cadeia de fornecimento de peças. Na fábrica do ABC são produzidos os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.
A Volks conta com cerca de 8,2 mil trabalhadores no país, sendo 4,5 mil na produção. No ano passado, a montadora também anunciou diversas paralisações pela mesma razão. A montadora confirmou que concederá férias coletivas, em razão da falta de semicondutores.
O coordenador-geral da representação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na Volks, José Roberto Nogueira da Silva, lembra que a falta de componentes tem impactado não só o ramo automotivo, mas todo setor industrial brasileiro.
"Toda a indústria nacional vem sendo impactada. A falta de política industrial e de desenvolvimento no país tem causado a desestruturação da cadeia produtiva nacional", afirma.
O dirigente sindical lembrou que há um acordo entre a montadora e os trabalhadores prevendo situações como essa, o que dá previsibilidade aos funcionários.
Se a pandemia atrapalhou as operações de diversas montadoras pelo mundo, a invasão da Ucrânia pela Rússia também afetou as operações da Volkswagen e de outras marcas. A Volks, por exemplo, teve de suspender a venda de modelos híbridos plug-in por falta de componentes. A falta de chicotes elétricos, que eram feitos na Ucrânia, atrapalhou a produção dos elétricos ID.3, ID.4 e ID.5 da VW, assim como do Audi Q4 e-tron.
Até o início de junho, a falta de semicondutores já tinha provocado pelo menos 16 paralisações de fábricas neste ano. No período, 150 mil veículos deixaram de ser produzidos, segundo balanço da Anfavea, a associação que representa as montadoras.
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