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Três grupos devem entregar proposta por gasoduto de US$ 6 bi da Petrobras

A francesa Engie, o fundo Mubadala e o consórcio Macquarie, Itaúsa e Brasil Warrant estão entre os interessados no negócio,

Petroleira começa a receber propostas firmes para o negócio a partir da segunda quinzena de abril (Reuters/Reuters)

Petroleira começa a receber propostas firmes para o negócio a partir da segunda quinzena de abril (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2018 às 09h40.

Última atualização em 24 de março de 2018 às 10h15.

São Paulo - A Petrobras começa a receber a partir da segunda quinzena de abril as propostas firmes para a venda de 90% do gasoduto Transportadora Associada de Gás (TAG), que atende a região Nordeste do País. A francesa Engie, o fundo Mubadala, de Abu Dabi, e o consórcio formado entre o banco australiano Macquarie, Itaúsa e Brasil Warrant, braço de investimento da família Moreira Salles, estão entre os investidores interessados em comprar o negócio, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A transação é avaliada em US$ 6 bilhões, segundo fontes.

Até o fim do ano passado, o fundo Pátria também tinha interesse em fazer proposta pelo negócio. Mas a gestora brasileira, que tem parceria com o fundo americano Blackstone, não estaria disposta a fazer um desembolso tão alto pelo ativo, afirmaram duas pessoas familiarizadas com o assunto.

A venda da TAG é considerada estratégica para a Petrobras, que está em processo de desinvestimento de ativos para fazer caixa e honrar os compromissos. Se concretizada, a transação será a maior já realizada pela estatal. Em setembro de 2016, a petroleira vendeu 90% do gasoduto Nova Transportadora do Sudeste (NTS), sendo 82,35% para a gestora canadense Brookfield e 7,65% para o Itaúsa. A estatal levantou US$ 4,2 bilhões com esse negócio.

"Aos poucos a estatal volta o foco para seu principal negócio, que é explorar e produzir petróleo. Não faz sentido ter investimentos nessas áreas", afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, destacando que o próximo passo será vender as participações nas refinarias.

No mês passado, a Petrobras sofreu um revés do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ao ter a venda da Liquigás - empresa de gás de cozinha - para o grupo Ultra, barrada. O valor do negócio era de R$ 2,8 bilhões.

Fontes familiarizadas com as negociações da TAG afirmaram que a disputa pelo ativo está acirrada. O banco australiano Macquarie ganhou força no processo, com a entrada do Itaúsa, braço de investimentos do Itaú Unibanco, e da Brasil Warrant, family office da família Moreira Salles, no consórcio para a compra do gasoduto, de acordo com pessoas a par do assunto.

Procurados, Macquarie, Itaúsa e Brasil Warrant não comentaram o assunto. O fundo Mubadala não retornou os pedidos de entrevista. Em nota, a Engie informou que "tem interesse em ativos na cadeia de gás natural no Brasil e acompanha todos os movimentos no mercado". Já a Petrobras manteve o posicionamento divulgado em 28 de dezembro, que confirma ter dado início à fase vinculante do processo de alienação de 90% de sua participação na TAG.

Acelerado

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, em maio de 2016, o executivo Pedro Parente tem acelerado o processo de venda de negócios considerados não estratégicos para a estatal. O desafio da empresa é alcançar até o fim deste ano US$ 21 bilhões com a venda dos negócios.

No ano passado, a companhia levantou US$ 4,5 bilhões com o plano de desinvestimento, sendo US$ 4 bilhões em dezembro. Além de vender uma fatia de 25% do campo de Roncador, a estatal concluiu o processo de abertura de capital da BR Distribuidora, que reforçou o caixa em R$ 5 bilhões, e vendeu o campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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