"O que vemos como tendência de médio e longo prazo é o Brasil ter uma convergência da taxa de juros para o mercado internacional", disse Trabuco, sobre a Selic (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2011 às 13h04.
Rio de Janeiro - O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou hoje que a previsão para o crescimento do crédito no banco em 2011 está entre 15% a 18% sobre 2010, contra uma estimativa no início do ano de 20%. Sobre as metas para 2012, o executivo disse que dependerão do crescimento da economia. Ele informou que o banco não tem enfrentado dificuldades para captar recursos no exterior e lembrou que o Brasil tem dois pilares para manter a liquidez interna: recursos advindos do depósito compulsório e um colchão de reservas internacionais.
Trabuco vê espaço para a queda dos juros na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. "O porcentual eu não tenho condições de dizer", disse. Segundo o executivo, o BC acertou no cenário internacional traçado para justificar o último corte da taxa básica de juros da economia (Selic). "O que vemos como tendência de médio e longo prazo é o Brasil ter uma convergência da taxa de juros para o mercado internacional".
Para o executivo, a crise internacional tem levado países a cortar juros com o objetivo de promover competição e liquidez. "O que se vê é que os países lá fora estão precisando de uma política monetária extremamente ativa visando dar liquidez a seu sistema". Na avaliação de Trabuco, estamos vivendo agora a segunda parte da crise internacional, que começou com os bancos americanos e se tornou uma crise das dívidas soberanas. "O sistema financeiro internacional está bem, o que não está são os ativos derivados de títulos de dívidas de certos países".
Trabuco participou de evento no Rio de Janeiro referente à abertura de conta no Bradesco, depois de a instituição financeira ganhar a carteira de crédito de servidores estaduais. A carteira passou ao Bradesco com a aquisição do Berj. No Rio, 460 mil servidores passarão a receber seus salários pelo banco a partir de janeiro de 2012. Em todo o País, serão 2 milhões de servidores, que antes recebiam pelo Itaú.O evento teve a presença do governador do Estado, Sergio Cabral.