Negócios

Trabalhadores de montadoras fazem greve contra demissões

Funcionários demitidos entram em licença remunerada por 30 dias e depois serão desligados


	Volskwagen: funcionários demitidos entram em licença remunerada por 30 dias e depois serão desligados
 (Nacho Doce / Reuters)

Volskwagen: funcionários demitidos entram em licença remunerada por 30 dias e depois serão desligados (Nacho Doce / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 07h13.

São Paulo - Os metalúrgicos da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, fazem uma paralisação de 24 horas, em protesto contra a demissão de funcionários. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 244 empregados foram demitidos no final de ano. A empresa confirma que houve demissões, mas não cita números.

Na Volkswagen, também no ABC Paulista, funcionários entram no segundo dia de greve contra a demissão de 800 metalúrgicos.

De acordo com o sindicato, a reivindicação é que as demissões sejam revertidas, por isso a paralisação segue por tempo indeterminado.

Os trabalhadores têm feito assembleias antes da entrada dos turnos de manhã, tarde e noite.

A Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo emprega 11 mil pessoas: 1,2 mil delas estavam em licença remunerada. Parte desses metalúrgicos foi demitida, outra parcela teve a licença renovada até 30 de abril, segundo a empresa.

Já a Volkswagen emprega 13 mil funcionários. Desde o ano passado, a empresa adota medidas como férias coletivas e suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off) na fábrica.

Segundo a empresa, os funcionários demitidos entram em licença remunerada por 30 dias e depois serão desligados.

Segundo a Volkswagen, o cenário de retração da indústria automobilística no país nos últimos dois anos e o aumento da concorrência impactaram em seus resultados.

Segundo a montadora, de janeiro a dezembro de 2014, a indústria automotiva brasileira teve queda aproximada de 7% nas vendas e de mais de 40% nas exportações, comparado com o ano de 2013, resultando numa retração de 15% na produção.

Em 2012, o sindicato e a Volkswagen firmaram acordo coletivo, com validade até 2016, prevendo questões como estabilidade e politica de reajustes.

No ano passado, porém, a empresa quis rever o acordo, mas a proposta foi rejeitada em assembleia pelos metalúrgicos. O sindicato reclama que a empresa, desde então, não chamou os trabalhadores para negociar e tomou uma decisão unilateral com as demissões.

A Volkswagen argumenta que, quando o acordo foi firmado, após anos de crescimento, a perspectiva para a indústria automobilística era positiva, pois acreditava-se que seriam vendidas 4 milhões de unidades em 2014.

“O que ocorreu foi uma retração para 3,3 milhões. É importante lembrar que, na Unidade Anchieta, o nível de remuneração médio é mais alto que o dos principais concorrentes, inclusive na região”, diz a nota da empresa.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas alemãsGrevesMercedes-BenzMontadorasVolkswagen

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'