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Trabalhadores da Mercedes entram em greve por reajuste e contra demissões

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, paralisação ocorre porque empresa, além de não querer dar reajuste salarial, pretende demitir 340 pessoas

Mercedes-Benz: fábrica da empresa em São Bernardo é destinada à produção de caminhões e ônibus (Thomas Niedermueller/Getty Images/Getty Images)

Mercedes-Benz: fábrica da empresa em São Bernardo é destinada à produção de caminhões e ônibus (Thomas Niedermueller/Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de maio de 2018 às 17h32.

São Paulo - Os trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo entraram em greve nesta segunda-feira, 14, por tempo indeterminado.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a paralisação ocorre porque a empresa, além de não querer dar reajuste salarial na negociação deste ano, pretende demitir 340 pessoas da área administrativa, de um total de 8 mil funcionários.

O sindicato afirma também que a Mercedes-Benz quer acabar com algumas cláusulas acertadas no último acordo, como o tempo de estabilidade para trabalhadores que sofreram algum acidente e o complemento que eles recebem da empresa por quatro meses para que o auxílio-doença recebido pelo INSS chegue ao mesmo valor do salário.

Os metalúrgicos defendem a manutenção destes pontos e a inclusão de uma cláusula de salvaguarda contra a reforma trabalhista, garantindo que qualquer alteração prevista na nova legislação só possa ser aplicada após negociação entre empresa e sindicato.

Além disso, os trabalhadores querem que o cálculo da Participação em Lucros e Resultados (PLR) leve em conta a exportação dos itens agregados, como motor, câmbio e eixos.

Os trabalhadores vão realizar uma nova reunião na terça-feira para decidir se continuam em greve ou não. A empresa, no entanto, ainda não mandou uma nova proposta, segundo o sindicato. Procurada, a Mercedes-Benz confirmou que mantém conversas com as lideranças sindicais, mas não quis dar detalhes enquanto as negociações ocorrem. Pela mesma razão, o sindicato não quis divulgar quais os valores em discussão para o reajuste salarial.

A paralisação ocorre em um momento em que o setor volta a crescer. A fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo é destinada à produção de caminhões e ônibus.

Tais segmentos, respectivamente, apresentam crescimento de 54,9% e 81,7% no acumulado de janeiro a abril ante igual intervalo do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A fábrica da Mercedes, que com a crise passou a produzir em somente um turno, deve voltar aos dois turnos no segundo semestre deste ano, conforme tem dito em entrevistas o presidente da empresa no Brasil, Philipp Schiemer. A unidade, que tem capacidade de produzir 80 mil veículos por ano, tem operado no limite de apenas um turno.

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