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'Tinder de caronas', Blablacar também quer faturar com ônibus no Brasil

Startup francesa anunciou marketplace para passagens e pretende movimentar até 8 milhões de reais em vendas por mês

Nicolas Brusson, CEO e cofundadores da BlaBlaCar: "Nós queremos oferecer opções e simplificar o setor" (Blablacar/Divulgação)

Nicolas Brusson, CEO e cofundadores da BlaBlaCar: "Nós queremos oferecer opções e simplificar o setor" (Blablacar/Divulgação)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 19 de outubro de 2021 às 08h15.

Última atualização em 19 de outubro de 2021 às 08h28.

É difícil imaginar que um negócio baseado em caronas tenha crescido durante a pandemia. Mas foi isso que aconteceu com a Blablacar, aplicativo que conecta motoristas e viajantes para dividirem trajetos (e despesas). E não é que, em meio ao pior cenário possível, a empresa se reinventou? Graças às parcerias com empresas de ônibus, se lançou como um marketplace de mobilidade há exato um ano.

“Nosso serviço de compartilhamento de caronas continua crescendo, só que estamos nos direcionando para um serviço multiplataforma, no qual o usuário também pode utilizar ônibus, se preferir. Em países da Europa, essa funcionalidade já está disponível. Por lá, incluímos até trens. E, na Rússia e na Ucrânia, nós lideramos o segmento de ônibus”, afirma Nicolas Brusson, CEO e cofundador da empresa.

O que não falta à Blablacar é base de usuários para experimentar novos modelos de negócios: são mais de 10 milhões de membros no mercado brasileiro, com crescimento de até 50 mil novos cadastrados a cada semana desde o mês de agosto. Para ter ideia, a estimativa de assentos confirmados para 2021 é de 6 milhões, superando 5,5 milhões de 2019, quando não havia pandemia – e distanciamento.

“Manter os números de dois anos atrás já seria um bom sinal de recuperação, porque vínhamos de uma sequência de crescimento que duplicava nosso tamanho anualmente. E, atualmente, o serviço de carona corresponde a 90% da participação. Mas é preciso lembrar que, em 2020, nem existia a opção de ônibus e, mesmo sendo algo completamente novo, representa 10% da nossa atividade”, diz Brusson.

Esse é um mercado que movimenta entre 5 e 7 bilhões de dólares no nosso mercado, de acordo com as estimativas da Blablacar, mas que é extremamente pulverizado entre diversas empresas – e ainda pouco digitalizado. E o aplicativo entrou na disputa pelos passageiros justamente com a plataforma para vendas, no melhor estilo Booking.com, em vez de apostar diretamente na operação, como fez a Buser.

“Nós queremos participar da transformação deste segmento, que passará de offline para online. Somos os desenvolvedores do software que servirá às viações e não concorrentes das empresas de ônibus. Nós acreditamos que, assim que as pessoas perceberem a facilidade que é reservar passagens pela internet, haverá uma mudança muito rápida de hábito. Mas o crescimento será sustentável”, diz o CEO.

No que depender das previsões do próprio Nicolas Brusson, o novo marketplace de passagens de ônibus deve alcançar metade da participação em apenas dois anos. E, caso essas estimativas se concretizem, há a possibilidade de fusões e aquisições para ampliar ainda mais a força neste segmento. De acordo com o executivo, essa não será a estratégia para curto prazo, mas poderão surgir novidades após 2022.

Já existem parcerias com 106 empresas de ônibus, sendo que esse número deverá chegar a 150 viações antes de terminar o ano, quando 65 delas também deverão ser integradas ao aplicativo da Blablacar. No acumulado desde o lançamento do novo modelo de negócio, foram vendidos mais de 8,3 milhões de reais em passagens. Mas, agora, a meta é chegar de 6 a 8 milhões de reais em vendas por mês.

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