Alto-Forno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN): companhia alemã tem tentado se livrar da unidade Steel Americas, formada pela CSA e por uma usina laminadora nos Estados Unidos (Alexandre SantAnna/Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2013 às 09h58.
Frankfurt - A ThyssenKrupp provavelmente vai vender a Companhia Siderúrgica do Atlântico para a Companhia Siderúrgica Nacional, afirmaram duas fontes próximas das negociações.
"Mas ainda não há decisão", disse uma das fontes à Reuters nesta quarta-feira, acrescentando que um comprador será selecionado nas próximas duas ou três semanas.
A companhia alemã tem tentado se livrar da unidade Steel Americas, formada pela CSA e por uma usina laminadora nos Estados Unidos, em uma estratégia para levar investimentos para produtos de margens maiores e serviços como elevadores, submarinos e componentes para fábricas.
O boletim alemão para investidores Platow Brief divulgou mais cedo sem citar fontes que a ThyssenKrupp tinha selecionado a CSN como compradora da CSA. A notícia fez as ações do grupo alemão subirem até 4 por cento nesta quarta-feira.
ThyssenKrupp e CSN não comentaram o assunto. A companhia alemã reiterou que tem como objetivo conseguir um acordo em breve.
O Platow Brief afirmou que o presidente-executivo da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, vai esperar para anunciar a venda até que todos os detalhes legais sejam acertados.
A ThyssenKrupp detém cerca de três quartos da CSA e a Vale detém o restante.
Na semana passada, o jornal O Estado de S.Paulo publicou que a Vale cobra indenização de 300 milhões de reais do grupo alemão além de exigir que a Thyssen reembolse a CSA com mais 800 milhões de reais como compensação por perdas supostamente provocadas por má gestão da usina, instalada no Rio de Janeiro. A mineradora aceita discutir ofertas pela CSA depois de receber compromisso de pagamento, segundo o jornal.
Analistas do JP Morgan afirmaram que esperam que a venda seja anunciada até o final de junho. Se a ThyssenKrupp fechar um acordo com a CSN, a companhia alemã provavelmente manterá participação minoritária na CSA com cláusula que prevê a saída completa da empresa da CSA em cerca de dois anos, afirmaram.
Uma fonte afirmou à Reuters em maio que diante da dificuldade de vender toda sua participação de 67 por cento na CSA, uma das opções em análise pelo grupo alemão seria vender uma parcela da usina brasileira para a CSN, com Thyssen e Vale permanecendo na sociedade.
Recentemente, a ThyssenKrupp reduziu o valor contábil da Steel Americas para 3,4 bilhões de euros, mas analistas consideram que a compra da operação se dará por um valor menor.
A CSN ganhou força no processo de venda da CSA depois que a Ternium, do grupo Techint, anunciou no final de abril que desistiu da siderúrgica no Rio de Janeiro por divergências quanto ao preço e pela situação desfavorável da indústria do aço, que tem padecido com oferta maior que demanda.