Denis Pushilin, líder pró-Russia: diálogo entre os dois lados enfrentados no leste da Ucrânia estava paralisado há três meses (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2014 às 18h31.
Moscou - A reunião entre representantes do governo de Kiev e os separatistas pró-Rússia para negociar a paz no leste da Ucrânia terminou nesta quarta-feira em Minsk sem que se saiba por enquanto se as partes voltarão a reunir-se na próxima sexta-feira como estava programado.
"A data e a hora da próxima reunião ainda não estão claras, ainda estão sendo discutidas", disse um dos representantes dos rebeldes nas negociações, Denis Pushilin, à Agência de Informação de Donetsk.
Após quase cinco horas de reunião, o ex-presidente ucraniano, Leonid Kuchma, e os dois representantes dos sublevados, Pushilin e Vladislav Deinego, deixaram a sede das negociações sem falar com a maioria dos jornalistas, assim como os representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e da Rússia.
"Tivemos um encontro difícil, e revelar os resultados antes da próxima reunião não seria o correto", explicou Pushilin sobre o silêncio dos participantes das negociações.
Horas antes do encontro, que aconteceu após três meses de paralisação brusca no diálogo entre os dois lados enfrentados no leste da Ucrânia, o líder dos rebeldes de Donetsk, Aleksandr Zakharchenko, antecipou à imprensa que a troca de prisioneiros seria o tema central das conversas.
Outros assuntos como o afastamento do armamento pesado da linha de contato, o fim do bloqueio econômico das zonas controladas pelos rebeldes e o status especial das mesmas dentro da Ucrânia, poderiam ser tratados na segunda reunião do Grupo de Contato.
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Pablo Klimkin, disse antes da reunião que para Kiev a principal questão a tratar com os rebeldes é o cumprimento dos acordos alcançados nas duas reuniões anteriores (5 e 20 de setembro).
Atualmente, na zona do conflito, que desde abril deste ano deixou cerca de cinco mil mortos, entre combatentes e civis, rege uma trégua que entrou em vigor no último dia 9 e que foi estipulada após o não cumprimento do cessar-fogo declarado em 5 de setembro.