Para empresas em início de operação, a terceirização dos processos burocráticos em recursos humanos costuma ser uma boa saída (Divulgação/Imovelweb)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2013 às 12h17.
São Paulo – Até pouco tempo atrás, estratégia, plano de carreira, qualidade de vida e motivação não eram as prioridades dos famosos DPs – departamentos pessoais, os atuais recursos humanos.
Acontece que, nos últimos anos, muito pouco mudou na burocracia da gestão de pessoas. Os benefícios e a folha de pagamento seguem lá, ocupando o tempo de profissionais que, em alguns casos, poderiam estar concentrados nas partes estratégica dos recursos humanos.
Para empresas em início de operação, a terceirização costuma ser uma boa saída. Especialmente no caso das estrangeiras, iniciando operações por aqui. “Interpretar a legislação trabalhista brasileira é muito complicado. Dos nossos clientes, 70% são multinacionais”, afirma Sandra Lucena, diretora comercial e de marketing da Propay – empresa de outsourcing de processos de recursos humanos.
No entanto, nem sempre essa é uma boa alternativa. Sandra explica que terceirizar o processo só vale a pena para empresas com mais de 100 funcionários. No mesmo sentido, quando o número de funcionários cresce demais o produto deixa de ser tão vantajoso. “Tem empresas que ficam gigantes e partem para o insourcing”, diz.
Para dentro
É o caso da Azul. No começo a empresa aérea encontrou na terceirização a melhor saída para os processos mais burocráticos. “Isso poderia tirar nossa atenção do processo de gestão de pessoas”, afirma Johannes Castellano, diretor de recursos humanos da empresa.
No entanto, o aumento no número de funcionários tornou o “outsourcing” contraproducente. “Estávamos com 4 500 empregados quando percebemos que o processo fora de casa estava ficando muito caro”, diz.
A fusão com a Trip foi o estopim para uma mudança da estrutura de gestão. Com 9 500 funcionários, a terceirização dos processos sairia mais cara que a contratação de funcionários que hoje se concentram no assunto. “Era um bom momento para trazer os processos de volta para a empresa.”
Segundo Castellano, o resultado foi compensador. Especialmente pela maior agilidade nos resultados a partir da automação dos processos.
Resultado intangível
Na administradora de cartões Alelo, Débora Dado, diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional, terceirizou todos seus processos burocráticos. “O maior valor é a liberação de tempo para pensar em programas de capacitação, de liderança, coaching, entre outros”, diz Débora. “Não é uma redução de custo, mas um aumento de receita, porque o RH faz esse papel de impulsionar a receita da empresa a partir do ganho de produtividade e melhora do clima.”
Nesse momento, a estratégia da Alelo ainda é desdobrar seus conceitos para toda a empresa. A prioridade é sempre a aquisição mais recente: neste momento, o Ibi. “Estamos formando as lideranças e a cultura de alta performance”, diz.