A perda líquida entre abril e junho, primeiro trimestre do ano fiscal japonês, é mais de 100 vezes maior que a registrada no mesmo período de 2010 (Divulgação/Tepco)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2011 às 06h43.
Tóquio - A Tokyo Electric Power Company (Tepco), proprietária da central de Fukushima, anunciou nesta terça-feira que entre abril e junho teve uma perda líquida de 571,7 bilhões de ienes (5,187 bilhões de euros) por causa da crise nuclear provocada pelo terremoto de 11 de março.
A maior companhia elétrica do Japão detalhou que as perdas extraordinárias relacionadas com o pagamento de compensações aos evacuados e afetados pela radioatividade chegaram a 397,7 bilhões de ienes (3,612 bilhões de euros).
Além disso, o grupo teve que enfrentar custos extraordinários no valor de 105,5 bilhões de ienes (958 milhões de euros) para restaurar as instalações afetadas pelo devastador terremoto de 9 graus e o posterior tsunami.
A perda líquida entre abril e junho, primeiro trimestre do ano fiscal japonês, é mais de 100 vezes maior que a registrada no mesmo período de 2010, segundo os dados divulgados pela Tepco.
A proprietária da usina de Fukushima Daiichi, epicentro da pior crise nuclear em 25 anos, sofreu entre abril e junho uma perda operacional de 52 bilhões de ienes (472,9 bilhões de euros), frente ao lucro operacional de 62,8 bilhões de ienes (571 milhões de euros) obtido no ano anterior.
Sua receita foi de 1,1 trilhão de ienes (10,277 bilhões de euros), 7,2% menos que no mesmo trimestre de 2010.
A companhia indicou que a venda de eletricidade no primeiro trimestre fiscal caiu 12,1%, a 60,2 bilhões de quilowatts, no meio dos esforços do Japão para economizar eletricidade e fazer frente à escassez energética provocada pelo desastre de março.
Mais de 70% dos 54 reatores nucleares do Japão estão paralisados por causa da crise nuclear, o que levou o Governo a pedir a cidadãos e empresas de várias regiões que economizem até 15% de eletricidade neste verão para assegurar a provisão.
A Tepco, que no ano fiscal de 2010 (finalizado em março, com a crise nuclear já iniciada) sofreu uma perda recorde de 1,25 trilhão de ienes (11,338 bilhões de euros), evitou fazer previsões para este ano fiscal diante da incerteza sobre a produção e a demanda de eletricidade.