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Tenda quer novos mercados e aguarda definição sobre Minha Casa Minha Vida

Executivo diz que empresa tem capacidade operacional para entrar em uma nova região por ano e a próxima será Goiânia

Casas populares da construtora Tenda: empresa pretende expandir negócios para Goiânia (GO) (Divulgação/Divulgação)

Casas populares da construtora Tenda: empresa pretende expandir negócios para Goiânia (GO) (Divulgação/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 12h40.

Gabriela Mello - A construtora de imóveis econômicos Tenda pretende expandir as operações para Goiânia no próximo ano, elevando para oito o total de cidades brasileiras em que opera, mas aguarda uma maior visibilidade do que ocorrerá com o Minha Casa Minha Vida (MCMV) no novo governo, disseram nesta terça-feira executivos da companhia.

"Se o mercado permitir temos capacidade operacional para entrar em uma nova região por ano e a próxima será Goiânia… Já temos terreno lá para lançar (empreendimento)", comentou Renan Sanches, diretor financeiro e de relações com investidores da Tenda, em encontro com analistas e investidores na bolsa paulista. Atualmente, a empresa já está presente em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

De acordo com Sanches, a companhia só não entrou em Goiânia este ano porque aguarda uma definição dos planos do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro para o MCMV. A possibilidade de mudanças no programa habitacional, principalmente na faixa 1.5, que consome mais subsídios, ronda o mercado desde o ano passado por causa do déficit nas contas públicas.

"Não sabemos se vendemos produtos para faixa 1.5 ou não. A operação de Goiânia não foi lançada por falta de visibilidade", desabafou o diretor-presidente da Tenda, Rodrigo Osmo.

Ele ressaltou que as primeiras interações com a equipe de Jair Bolsonaro foram muito positivas, mas ainda falta visibilidade e a limitação orçamentária do FGTS tende a acirrar a competitividade no setor de imóveis econômicos. "São vários os players de média alta que estão querendo entrar na brincadeira", acrescentou Osmo.

Nos últimos meses, construtoras com foco em médio e alto padrão lançaram marcas exclusivas para operar neste segmento, como é o caso da Cyrela, com a Vivaz Residencial, e a Eztec, com a Fit Casa.

"O cenário ideal é que o governo mexa nos parâmetros do Minha Casa Minha Vida, reduzindo subsídios e diminuindo a pressão sobre o FGTS. Com os parâmetros sendo deteriorados (subsídios menores), menos players seriam competitivos e conseguiríamos operar sem susto", afirmou o diretor presidente.

Ainda segundo os executivos, a Tenda pode migrar os projetos para a faixa 2 caso haja uma descontinuação da faixa 1.5, mas não tem intenção de diversificar sua atuação e entrar em segmentos de renda mais alta. "Nossa avaliação é que a Tenda não tem vantagem competitiva para operar em rendas maiores porque a escala mínima de produção são 1 mil unidades e não são muitas as regiões em que conseguiríamos operar com essa escala", explicou.

Questionado se a companhia planejava construir imóveis para locação, a exemplo do que vem sendo feito pela concorrente de maior porte MRV, Osmo disse que esse modelo de negócios está no radar. "Chegamos a olhar aluguel este ano, mas a conta não fechava… Em mercados onde há demanda como São Paulo falta produto", afirmou o diretor presidente.

Segundo Sanches, a Tenda concentrará boa parte dos esforços na redução dos custos de obra para ganhar eficiência operacional e manter uma margem bruta sólida. No acumulado do ano até setembro, a construtora obteve margem bruta média de 35,9 por cento, dentro da meta de 34 a 36 por cento.

Por volta das 12:00, as ações ordinárias da Tenda, que não compõem o Ibovespa, subiam 0,64 por cento, cotadas a 29,86 reais, enquanto as da rival MRV tinham alta de 2 por cento, a 11,94 reais.

 

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