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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Caracas - A espanhola Telefónica insistiu nesta segunda-feira em repatriar cerca de 1,8 bilhão de dólares em dividendos procedentes de sua filial na Venezuela, após admitir, na semana passada, que diminuíram as expectativas de recuperá-los desde o começo do ano.
A Venezuela é um dos negócios mais rentáveis da Telefónica, mas a capacidade da unidade venezuelana de gerar lucros contrasta com a dificuldade de retirá-los do país devido ao controle de câmbio imposto em 2003 pelo presidente Hugo Chávez.
"Confiamos que o Governo --que é quem tem que aprovar a repatriação de dividendos-- reconheça o esforço da Telefónica", disse a jornalistas o presidente da filial local, Juan Antonio Abellán.
"A repatriação de dividendos é uma mensagem positiva para o mercado se a Venezuela quer que hajam outros investimentos estrangeiros", acrescentou.
Nos últimos três anos, a Telefónica conseguiu repatriar cerca de 550 milhões de dólares de sua unidade venezuelana. No entanto, ainda não recebeu autorização para transferir outros 1,8 bilhão de dólares.
"Já começa a ser uma preocupação, sobretudo para os mais de 1,5 milhão de acionistas", disse Abellán.
Antes da desvalorização decretada por Chávez em janeiro deste ano --estabelecendo dois tipos de câmbio, de 2,60 bolívares por dólar e de 4,30 bolívares por dólar-- a Telefónica acumulava cerca de 3 bilhões de dólares.
Na semana passada, o responsável de finanças da Telefónica Espanha, Santiag Fernández, disse que as expectativas de poder repatriar os dividendos venezuelanos da companhia "caíram desde o início do ano".
Na última quinta-feira, a Telefónica informou uma alta de 9,4 por cento no lucro do primeiro trimestre, para 3,8 bilhões de euros, acima do esperado por analistas, devido ao crescimento de seus negócios na América Latina, compensando as perdas na Europa.