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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Madri - A Telefónica disse hoje que não mantém nenhum direito de voto sobre as ações da Portugal Telecom (PT) vendidas (8% do capital) e que não tem acordo com compradores para que votem em um sentido determinado na assembléia de acionistas que decidirá sobre sua oferta pela brasileira Vivo.
Segundo fontes da operadora espanhola, Telefónica vendeu 8% da PT através de intermediários financeiros, por isso que desconhece quem foram os compradores.
De acordo com estas fontes, a Telefónica contratou derivados (equity swap) sobre ações da PT para mitigar o risco financeiro levando em conta que em sua oferta pela Vivo outorgou à operadora portuguesa uma opção de compra sobre sua participação (10%) na companhia lusa.
Em qualquer caso, a Telefónica não tem nenhuma opção para comprar ações da PT, por isso que, se a oferta pela Vivo for aceita na assembleia, a companhia terá de adquirir ações da empresa lusa no mercado.
PT comunicou ontem, após saber da venda pela Telefónica de 8% do capital, que o banco suíço UBS e a gerente TPG-Axon Capital tinham reforçado sua posição na operadora portuguesa.
Algumas fontes do mercado chegaram a especular com que estas duas entidades podiam ser "aliadas" da Telefónica na assembleia de acionistas que será realizada em 30 de junho e que decidirá se aceita a oferta da companhia espanhola pela participação de PT na brasileira Vivo.
Os analistas consideram que as possibilidades de a assembleia da PT aceitar a oferta da Telefónica pela Vivo aumentaram após a decisão da operadora espanhola de vender 8% da companhia portuguesa.
Segundo ING, que classifica de "manobra inteligente" a iniciativa da Telefónica, se a participação na assembleia é elevada (mais de 65%) e os investidores internacionais apóiam a oferta pela Vivo, esta poderia seguir adiante.
Na mesma linha, BNP Paribas assinala que as probabilidades de sucesso para Telefónica aumentaram.
Pelos cálculos, se a participação na assembleia for similar à registrada na anterior (66%), os que rejeitam a oferta necessitariam de um percentual de votos contra alcançasse 32%, em vez de 28%.
BBVA entende que a venda de 8% de PT aumenta as possibilidades de êxito da oferta da Telefónica pela Vivo e mostra a confiança dos novos investidores.