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Telefônica mantém silêncio após desistência

Madri - Após cancelar hoje a oferta de compra das ações da Portugal Telecom na Vivo, a Telefónica mantém silêncio sobre a operação, vetada pelo Governo português em um ato que foi declarado ilegal pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (UE). A multinacional espanhola comunicou hoje à Comissão Nacional da Bolsa de Valores (CNMV) […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Madri - Após cancelar hoje a oferta de compra das ações da Portugal Telecom na Vivo, a Telefónica mantém silêncio sobre a operação, vetada pelo Governo português em um ato que foi declarado ilegal pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (UE).

A multinacional espanhola comunicou hoje à Comissão Nacional da Bolsa de Valores (CNMV) da Espanha o fim do prazo dado à Portugal Telecom (PT) para a compra de seus 30% na Vivo.

Sobre a mesa havia uma oferta de 7,15 bilhões de euros (US$ 9,295 bilhões) que o Governo de Portugal considerou insuficiente mesmo tendo sido aumentada duas vezes.

A Portugal Telecom pediu ontem, quando a oferta expirava, uma prorrogação do prazo para 28 de julho, como forma de prosseguir com as negociações. A operadora lusa firmava o compromisso de seguir trabalhando para dar uma saída positiva à intenção da Telefónica de adquirir sua parte na Vivo.

A mensagem, enviada por carta pelo conselho de administração da empresa portuguesa, foi respondida hoje pela Telefónica com outra breve. Nela é lembrado que já houve uma prorrogação antes e que qualquer outra extensão do prazo está descartada.

Após o cancelamento da oferta de compra, a Telefónica se manteve hoje em silêncio e não disse quais serão seus próximos passos.

Entre as opções abertas a partir de agora, os analistas ventilam uma eventual ação judicial da Telefónica e até a dissolução da Brasilcel, uma joint venture holandesa controlada em partes iguais pela multinacional espanhola e a Portugal Telecom, e dona de 60% da Vivo.

A operação de compra de 30% das ações da Vivo foi iniciada em maio passado, quando a Telefónica ofertou 5,7 bilhões de euros.

A Portugal Telecom considerou a oferta baixa, após a rejeição do conselho de administração, que argumentava que sua parte na operadora brasileira não estava à venda.

A Telefónica, então, elevou a oferta a 6,5 bilhões de euros em 1º de junho, e pouco antes da assembleia de acionistas a companhia espanhola aumentou a 7,15 bilhões de euros a proposta. A cifra agradou a 73,9% dos acionistas da empresa lusa, mas não ao Governo português, que vetou a operação.

O Governo José Sócrates justificou a decisão pela defesa do interesse nacional de que a PT siga no Brasil, onde tem sua principal fonte de receita e crescimento.

Além disso, recusou recuar no veto quando o Tribunal de Justiça da UE declarou ilegal, no dia 8, a ação de Lisboa.

A Telefónica ampliou então o prazo de desistência da oferta de 2 para 16 de julho, à espera de que se flexibilizasse a negociação, sobretudo após a decisão do tribunal europeu.

Ontem, fim do prazo, ficou claro que não haveria acordo de compra com o Governo português mantendo sua recusa em aprovar a operação se a oferta da Telefónica "não fosse alterada", ou seja, melhorada.

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