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Telefónica ganha impulso no México após longa briga com Slim

A Telefónica finalmente está fazendo progressos no México, onde teve dificuldades para aumentar para mais de 20% sua fatia no mercado de telefonia celular


	Carlos Slim: operadora com sede em Madri adicionou 760.000 usuários no México no primeiro trimestre
 (Getty Images)

Carlos Slim: operadora com sede em Madri adicionou 760.000 usuários no México no primeiro trimestre (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 20h51.

A Telefónica finalmente está fazendo progressos no México, onde teve dificuldades para aumentar para mais de 20 por cento sua fatia no mercado de telefonia celular contra um gigantesco concorrente, a América Móvil, do bilionário Carlos Slim.

A operadora com sede em Madri adicionou 760.000 usuários no México no primeiro trimestre, a AT& ganhou mais de meio milhão e a América Móvil perdeu cerca de 200.000. A Telefónica, que durante anos havia solicitado medidas para reduzir a fatia de mercado de 70 por cento de Slim, viu seu desejo realizado em 2014. Nesse ano uma nova legislação no México exigiu que a América Móvil reduzisse as tarifas que cobrava de suas concorrentes para se conectarem à sua rede – mas isso apenas se a empresa prestasse serviços para mais da metade do mercado.

“A regulamentação beneficiará empresas como Telefónica e AT&T” até a América Móvil reduzir significativamente sua fatia de mercado, disse Andrés Bolumburu, analista do Banco de Sabadell em Madri, em uma entrevista. “Nos próximos anos elas podem conquistar um terreno considerável” no México.

Mesmo com a intensificação da concorrência no México, na sequência da aquisição da Nextel e do Grupo Iusacell pela AT&T, as reduções de tarifas e o aumento do número de usuários ajudaram a elevar as vendas da Telefónica no país em 8,6 por cento no primeiro trimestre, para 409 milhões de euros (US$ 470 milhões), informou a empresa no mês passado.

A Telefónica opera no México – maior país de língua espanhola do mundo – desde 2001, mas apenas 3,8 por cento de suas vendas são obtidas no país. A fatia é menor que a do Peru, do Chile ou da Argentina, que têm populações muito menores.

‘Impulso positivo’

“Pela primeira vez temos certo impulso positivo contínuo nos contratos no México”, disse José María Álvarez Pallete, presidente do conselho da Telefónica, em uma conferência com investidores na semana passada. “Vemos algumas tendências positivas em nossa própria empresa que nos permitem estar um pouco mais otimistas que a tendência geral do mercado”.

A América Móvil criticou a Telefónica por tentar expandir sua base de usuários no México por meio de medidas antitruste e não de investimentos de capital. A Telefónica agora detém cerca de 22 por cento do mercado de telefonia celular do México e a operadora de Slim tem 68 por cento, de acordo com os dados mais recentes do IFT, a autoridade mexicana que regula as telecomunicações.

Um assessor de imprensa da Telefónica México não respondeu a pedidos de comentários feitos por telefone e e-mail.

O plano pós-pago mais barato da Telefónica, que custa 199 pesos (US$ 11,20) por mês, oferece as mesmas ligações e mensagens de texto ilimitadas e mais do que o dobro dos dados que um plano de preço semelhante da Telcel, marca da América Móvil. Os preços dos serviços de telefonia móvel caíram 17 por cento em todo o setor no ano passado, segundo dados do IFT.

Impacto cambial

No entanto, apesar de mais clientes estarem escolhendo a Telefónica como provedora, a desvalorização de 5 por cento do peso mexicano frente ao euro no primeiro trimestre pesou nos resultados.

Francisco Gil Díaz, presidente executivo da Telefónica para o México e a América Central, pediu em diversas ocasiões a continuidade das regulamentações assimétricas do setor, que obrigam a América Móvil a reduzir as tarifas. O IFT deverá rever as regulamentações em novembro.

As medidas que têm como alvo a América Móvil deveriam ser expandidas, disse Gerardo Soria, presidente do IDET, um grupo de direitos do consumidor com sede na Cidade do México, em uma entrevista por telefone.

“Há muitas coisas que não foram feitas e que ainda podem ser feitas para melhorar o mercado”, disse Soria.

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