Telefônica: empresa espanhola estuda transferir de Madri para São Paulo a sede que gerencia seus negócios na América Latina (Dominique Faget/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2012 às 11h04.
Madri - A espanhola Telefônica está estudando transferir de Madri para São Paulo a sede que gerencia seus negócios na América Latina, uma maneira de reforçar sua presença no continente e fugir da crise na Europa, indicou nesta segunda-feira o jornal El País.
"A telefônica prepara um passo mais em sua aposta na América Latina", afirma o jornal. "A companhia planeja transferir para São Paulo a sede operacional para a gestão corporativa dos negócios na região , acrescentou, citando fontes ligadas à imprensa.
P4ocurada pela AFP, uma porta-voz da telefônica disse não estar em condições de confirmar ou desmentir esta informação.
A operadora espanhola, que na semana passada anunciou a suspensão até 2013 do pagamento dos dividendos a seus acionistas e uma redução de 30% do salário de seus diretores devido à crise, enfatizou ao mesmo tempo em que "a telefônica América Latina continua impulsionando o crescimento do grupo".
"O negócio na região já proporciona 48% das rendas consolidadas e supões 50% do OIBDA (resultado operacional bruto antes das amortizações) da companhia", enfatiza a matéria.
O auge econômico da América Latina está permitindo às maiores empresas espanholas atuantes na região a manter seus lucros, especialmente, em países como o Brasil, que prevê um crescimento de 3% este ano, ou México, que deverá crescer 3,6%, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Com a transferência da sede latino-americana, que, segundo El País, começaria pelo presidente da telefônica America Latina, Santiago Fernández Valbuena, e parte de sua equipe, a companhia passaria a ter três sedes operacionais globais, incluindo a de Madri, para seu negócio europeu, e a de Londres para a telefônica Digital.
Este pode ser o primeiro passo, afirma o jornal, para agrupar em uma única companhia todas as atividades da telefônica na América Latina, uma complexa operação "que permitirá colocar todo o negócio na bolsa de maneira independente, com uma empresa que poderá ser cotada na Bolsa de Nova York ou na Bolsa de São Paulo".
O jornal espanhol enfatiza, no entanto, que estas últimas decisões "não foram tomadas, estão em fase de estudo".
No último dia 25, foi divulgado que o lucro líquido da gigante espanhola das telecomunicações caiu 13,71% no segundo trimestre de 2012 na comparação com o mesmo período de 2011.
O grupo apresentou queda pelo segundo trimestre consecutivo, com lucro de 1,327 bilhões de euros, como consequência de uma conjuntura econômica considerada desfavorável na Espanha.
No primeiro semestre, o lucro líquido perdeu 34,4% - a 2,075 bilhões de euros - com relação ao mesmo período de 2011.