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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Paris - Os 150 principais executivos da cúpula da Telefónica se reunirão hoje e amanhã, em Barcelona, para discutir a hipótese de uma oferta pública de aquisição (OPA) pela participação de 50% da Portugal Telecom (PT) na Vivo. A nova alternativa vem sendo cogitada na Espanha como forma de superar rapidamente o impasse provocado pelo veto do governo português à venda das ações na Vivo.
Dessa forma, espera a companhia, a oferta não seria submetida à Assembleia Geral, mas sim ao Conselho de Administração, para contornar o bloqueio imposto pelo primeiro-ministro José Sócrates à transação.
A razão oficial da reunião é a exposição dos números da Telefónica no primeiro semestre, mas a expectativa é de que a transação em torno da Vivo seja o centro das atenções. Segundo o jornal espanhol El Confidencial, o presidente da operadora, César Alierta, tenta viabilizar uma nova oferta pelas ações que a PT detém na Vivo, sem, no entanto, ser necessária a convocação de uma assembleia de acionistas.
Nas reuniões, Alierta, assessorado pelo escritório de advocacia Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, deve expor os detalhes de uma nova OPA caso a atual oferta, de 7,15 bilhões de euros, não surta efeito até 16 de julho, quando perde a validade.
Os números não foram revelados pela publicação, mas girariam em torno da atual proposta. Seu diferencial seria o alvo: a assembleia, segundo espera a Telefónica, não seria convocada porque 74% de seus membros já teriam se manifestado de forma favorável na quarta-feira, a despeito do veto de José Sócrates.
Assim, a proposição seria avaliada pelo Conselho de Administração da PT, que não estaria sujeito às golden share - ações com direitos especiais - do governo português.
A companhia espanhola estaria em negociação com os acionistas da PT para obter apoio unânime à proposta. O aval da Ongoing e do Banco Espírito Santo (BES), proprietários de 15% do capital da PT, já foi obtido na quarta-feira passada, quando da assembleia. Restaria um desafio maior: reverter a resistência da Caixa Geral de Depósitos y de Visabeira, dona de 10% das ações.
De acordo com a agência Dow Jones, em paralelo os espanhóis estariam buscando em cerca de 20 bancos empréstimos que somariam 8 bilhões de euros, dos quais 5 bilhões de euros para financiar a oferta pela Vivo e 3 bilhões de euros para rolar dívidas de curto prazo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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