A busca de integração ocorre após a Telefônica Brasil ter consolidado seus serviços sob a marca Vivo, em abril (AFP/Arquivo)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2012 às 17h38.
São Paulo - Com a união societária e a consolidação de produtos sob a marca Vivo, a Telefônica Brasil avança agora no plano de integração internacional com a rede de sua matriz espanhola Telefónica na América Latina, atuando junto à marca Movistar.
A operadora anunciará na sexta-feira um pacote de chamadas internacionais relacionado a seu serviço de comunicação instantânea por voz -o chamado push to talk (PTT)- Vivo Direto, lançado no ano passado.
O novo serviço consiste em chamadas ilimitadas entre assinantes do Vivo Direto e o equivalente da Movistar na região, chamado Movitalk, com preço de 29,90 reais por 30 dias para o pacote internacional, além do preço normal do Vivo Direto.
"O que foi viabilizado com a integração foi o acesso à rede poderosa da Telefónica na América Latina", disse à Reuters o diretor de interconexão e roaming da Telefônica-Vivo, Gustavo Nóbrega, que não divulgou investimentos ou a base de clientes do Vivo Direto.
A empresa fechou abril com mais de 75 milhões de linhas móveis ativas.
A busca de integração ocorre após a Telefônica Brasil ter consolidado seus serviços sob a marca Vivo, em abril.
Acontece também em um momento no qual operadoras buscam mais serviços competitivos para atrair ou reter clientes frente à forte concorrência no mercado de telefonia nacional. A Vivo tem mantido nos últimos meses participação de mercado perto de 30 por cento.
Argentina e Uruguai
Primeiramente serão atendidos dois mercados externos considerados chave pela empresa, Argentina e Uruguai.
Mas ainda em 2012 o serviço será expandido para outros países em que a Movistar atua: México, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Venezuela, El Salvador, Nicarágua, Guatemala e Peru. E a empresa ainda vê demanda por mais localidades.
"Não queremos ficar parados só nesses países... Temos outras formas de também viabilizar em outros países e a gente vem estudando isso e, naturalmente, conversando com outras operadoras parceiras", afirmou Nóbrega.
"Estamos estudando tecnicamente, sabe que é possível e a gente já está em negociação com diversas operadoras, que tem como alvo o interesse de tráfego dos nossos clientes", complementou o executivo.
A Telefônica Brasil vê num primeiro momento um mercado principalmente corporativo, segundo Nóbrega, interessado no caráter "ilimitado" do pacote, mas que também deve ter boa adesão do consumidor pessoa física.
A operadora ainda tem interesse no segmento de dados móvel fora do Brasil. "Em banda larga móvel enxergamos isso... a Internet está no nosso foco", afirmou Nóbrega, sem dar mais detalhes.
Apesar do preço de 29,90 reais para um serviço internacional, considerado agressivo pelo executivo, a empresa não vê que o pacote tenha margens apertadas e que será rentável para a empresa.