São Paulo - Nos últimos tempos, dois mercados têm se destacado pela agressividade dos concorrentes: o imobiliário, impulsionado pela oferta de crédito, e o de cartões, que já sente os primeiros efeitos do fim da exclusividade entre bandeiras e credenciadores. Foi justamente a necessidade de encontrar meios de se destacar dos rivais que levou duas empresas que atuam nesses setores a se unir: a incorporadora Tecnisa e a Redecard. A partir de agora, os clientes da Tecnisa poderão parcelar o valor da entrada do imóvel no cartão de crédito, em até seis vezes sem juros.

A opção começou a ser oferecida pela incorporadora no ultimo sábado (15/5). A primeira venda pelo cartão de crédito foi a de um apartamento econômico em Carapicuíba (SP). O imóvel é avaliado em 90.000 reais. A compradora, Maria Caetano de Lima, recorreu ao cartão para parcelar uma entrada de 1.400 reais em quatro vezes.

Segundo Rogério Santos, diretor de marketing da Tecnisa, o pagamento em cartão deve facilitar a vida dos clientes. "Alguns deles ficavam assustados com a quantidade de folhas de cheques que têm de assinar para a aquisição de imóveis", conta Santos.

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Expansão prevista

Inicialmente, a opção será válida para a entrada de apartamentos da linha Tecnisa Flex, que opera com unidades com valor entre 90.000 reais e 250.000 reais. Até o final deste ano, a previsão é de que a facilidade seja estendida para compradores de outros tipos de apartamentos, inclusive os de luxo, de acordo com o limite de crédito dos usuários. "O que fizemos foi apenas adaptar nossos sistemas para permitir as autorizações de crédito", explica Cláudio Oliveira, diretor executivo comercial da Redecard.

Pelo acordo, a Tecnisa ficará por seis meses operando a modalidade com exclusividade com a Redecard. Por outro lado, a parceira terá liberdade de oferecer o serviço para outras construtoras. "Algumas já nos procuraram e devemos fechar outros negócios em breve", conta Oliveira, da Redecard.

Se conseguir novos parceiros, a credenciadora poderá obter uma posição estratégica em um mercado que cresce em ritmo chinês. No primeiro trimestre, as vendas de imóveis novos disparou 75% na capital paulista – o maior mercado do setor – em relação ao mesmo período do ano passado. Foram comercializadas quase 8.500 unidades no período, de acordo com o Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP).

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