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Taurus lança novo revólver, mas quem estiver no Brasil não poderá comprar

Modelo ainda aguarda homologação, que pode levar anos; vendas da Taurus crescem com Bolsonaro

O presidente da Taurus, Salesio Nuhs: novo produto nos EUA (Ricardo Jaeger/Exame)

O presidente da Taurus, Salesio Nuhs: novo produto nos EUA (Ricardo Jaeger/Exame)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 14h27.

A fabricante brasileira de armas Taurus acaba de lançar nos Estados Unidos o revólver Raging Hunter 460. O novo modelo será produzido no Brasil, mas não poderá ser comercializado aqui por enquanto.

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A companhia afirma que o produto aguarda a homologação no Brasil, e que “este processo é altamente burocrático, podendo levar anos, o que impede o desenvolvimento tecnológico e agilidade no lançamento de produtos no país”.

A linha Raging Hunter da Taurus possui armas voltadas para caça e lazer. O novo modelo visa “atender a demanda dos consumidores por opções de grandes calibres”, de acordo com o presidente da companhia Salesio Nuhs.

Apesar da dificuldade em lançar novos produtos no Brasil, a empresa tem se beneficiado do aumento da venda de armas no país. Nos nove primeiros meses de 2020, a receita da Taurus no mercado interno cresceu 95,9% em relação ao mesmo período de 2019, chegando a 241 milhões de reais. No mercado externo, o crescimento foi de 60,8%, para 971,6 milhões de reais.

Demanda crescente

O potencial de crescimento é ainda maior após decretos do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema. Na semana passada, Bolsonaro assinou quatro decretos flexibilizando o uso e a compra de armas de fogo no país.

Um dos decretos aumenta de quatro para seis o número de armas de fogo que o cidadão comum pode possuir. O limite sobe para oito no caso de policiais, agentes prisionais, dentre outros.

Os decretos também passam a permitir o porte (ou seja, o direito de circular com o armamento) de duas armas ao mesmo tempo. Ampliam ainda a quantidade de munições que caçadores, atiradores e colecionadores podem comprar em um ano.

Os decretos são alvo de críticas de diversas entidades e partidos e podem ser discutidos na justiça. Um grupo de ONG’s anunciou que entrará no STF (Superior Tribunal Federal) para derrubar as decisões.

No ano passado, o ministro do STF Edson Fachin anulou outro decreto de Bolsonaro, que zerava a alíquota para a importação de pistolas e revólveres. A decisão ainda precisa ser avaliada em plenário.

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