Pagamentos: Swap lança função de pagamento sem cartão (Germano Lüders/Exame)
A Swap quer acabar de vez com uma dor comum a consumidores bancários de todo o mundo: o tempo ocioso entre a contratação de um cartão e a chegada do dito cujo em casa. Percalços logísticos, de fabricação e até mesmo uma escassez global na indústria de chips fazem esse processo levar dias (ou até semanas), travando pagamentos em todo o mundo.
De olho nisso, a fintech está lançando o Cardless Payment, uma ferramenta que pretende acelerar a ida de fintechs para carteiras digitais, ao mesmo tempo em que permite que consumidores paguem pelo celular, sem o item de plástico em mãos.
O recurso tem como ponto de partida a tecnologia NFC, (Near Field Communication ou Campo de Comunicação Próximo, em português), que permite pagamentos por aproximação para cartões registrados em carteiras digitais como Google Pay, Samsung Pay e Apple Pay.
“No Brasil e no mundo, acessar serviços financeiros não é algo fácil – e nem deveria ser. Mas também não poderia ser tão difícil e impossível como era antigamente”, diz Marcelo Schucman, diretor de novos negócios da Swap. “Há muitas ineficiências, inclusive de matéria-prima, na indústria. É uma dor de todo o mercado”, diz.
Segundo Schucman, antes do Cardless Payment, as empresas precisavam fazer contratos e integrações individuais com cada uma das carteiras digitais. Um processo moroso e que levava, em média, seis meses. Com a nova funcionalidade, o tempo foi encurtado para 1 mês, afirma o executivo.
Por trás da agilidade está uma integração geral, que permite não apenas a criação de um cartão virtual digital para fintechs, mas todo o arcabouço tecnológico e de compliance necessário para a chegada de verticais financeiras de empresas ao universo digital. “É um processo cheio de etapas, da tokenização aos acordos, e isso complica a vida dessas empresas. O que estamos oferecendo é basicamente fazer tudo por elas'', diz.
Com o pagamento sem cartão, uma fintech pode emitir seus cartões de maneira imediata, e usuários podem fazer pagamentos através das carteiras digitais logo após a contratação do serviço, sem a necessidade de esperar os cartões chegarem em suas caixas de correspondência.
A mudança tecnológica impulsionada pela própria pandemia também serviu de impulso para o lançamento atual da Swap. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito (Abecs), os pagamentos por aproximação cresceram 384,6% em 2021, somando R$ 198,9 bilhões. A estimativa para 2022 é que cerca da metade das compras realizadas de forma presencial sejam feitas com essa tecnologia.
Na esteira dessa mudança, a Swap também tem uma motivação adicional para investir neste mercado. No final do ano passado, a fintech recebeu um aporte de R$ 135 milhões de fundos de certa relevância no meio empreendedor global, com GFC e Tiger Global.
Capitalizada e com o portfólio mais robusto, a Swap espera manter o crescimento de dois dígitos na receita a cada mês. A empresa, no entanto, não divulga informações de faturamento.
Entre os clientes da Swap estão gigantes como a empresa de benefícios flexíveis Swile, a Alymente, e a fintech brasileira Z1. “Ajudar fintechs a eliminarem esse período ocioso e permitir logo a movimentação financeira de novos clientes, fazendo a roda girar, é o que vai nos ajudar a manter nosso próprio ritmo de crescimento acelerado”, diz.
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