Fiat: o órgão holandês detectou emissões de nitrogênio mais altas que o permitido em dois modelos das empresas (Mansi Thapliyal/Reuters/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de julho de 2017 às 22h07.
Autoridades holandesas encaminharam nesta segunda-feira as fabricantes Suzuki e Fiat Chrysler ao Ministério Público pela possibilidade de uso de softwares para disfarçar emissões de poluentes.
A Autoridade de Veículos Holandesa (RDW) revelou suas descobertas no segundo relatório desde o estouro do escândalo "Dieselgate", há dois anos.
A Volkswagen, maior fabricante de veículos do mundo, admitiu, em setembro de 2015, o uso de um dispositivo que adulterava o resultado dos testes de poluição ao dissimular as emissões de óxido de nitrogênio em cerca de 11 milhões de carros no mundo todo.
A RDW disse no seu relatório que o Vitara, da Suzuki, e o Jeep Grand Cherokee, da Chrysler, "tinham emissões de óxido de nitrogênio mais altas que o permitido".
O órgão testou novamente 16 modelos de veículos cujos sistemas de controle de emissões indicavam possíveis discrepâncias.
Testes posteriores em 14 carros concluíram que a "performance reduzida do sistema de controle de emissões era para proteger o motor" e que "pesquisas posteriores" serão necessárias.
No caso da Suzuki, a RDW concluiu que parecia haver algum tipo de "ferramenta para manipulações não autorizadas" das emissões.
"A RDW informou ao Ministério Público sobre esses veículos", afirmou, dizendo que ele determinaria se algum crime foi cometido, já que as elevadas emissões de gases tóxicos não são autorizadas.
A Volkswagen enfrenta acusações na Alemanha e no resto do mundo acerca da instalação do software em seus veículos. A fabricante aceitou pagar cerca de 23 bilhões de dólares em compensação aos 600 mil proprietários de carros.
Em maio, reguladores ambientais americanos deram entrada em um processo contra a fabricante Fiat Chrysler, acusada de instalar um dispositivo que disfarça os níveis de emissões de gás tóxicos em seus caminhões.